Psicoterapia de casal: abordagens copgnitivo-comportamental
Segundo Sadock e Sadock
(2007), a terapia de casais ou conjugal é um tipo de psicoterapia que
pretende facilitar a interação de duas pessoas que estão em conflito
sobre uma variedade de parâmetros sociais, emocionais, sexuais e/ou
econômicos
A Terapia de Casal é uma
terapia conjunta, centrada no relacionamento conjugal com objetivos de:
melhorar a comunicação; enriquecer os comportamentos positivos;
desenvolver habilidades de resolução de problemas; mudar padrões de
comportamentos que levam à discórdia conjugal; aliviar problemas
sexuais; reestruturar padrões de pensamentos disfuncionais e
prejudiciais; buscar a diminuição progressiva dos conflitos destrutivos;
avaliar as crenças quanto ao relacionamento a dois. Porém a meta a ser
alcançada é a satisfação conjugal.
Os motivos mais freqüentes na
busca de psicoterapia de casais tem sido: a traição de um ou de amos os
cônjuges; desentendimentos freqüentes, dificuldade de comunicação (falta
de diálogo), hostilidades e agressões físicas ou psicológicas, ciúme,
desconfiança ou possessão, machismo. Promessas por cumprir, mentira, e
infidelidade são as principais violações à confiança entre o casal e
muitas vezes são a causa da ruptura relacional.
Quando a confiança, que é a
base de um relacionamento amoroso, é quebrada os problemas acumulam e a
motivação para manter a relação diminui. Na terapia de casal temos a
oportunidade de rever a vida a dois, muitas vezes desgastada pelo
acúmulo de pequenos desencontros do dia-a-dia. É um espaço apropriado
para facilitar o diálogo e a conseqüente resolução de conflitos,
repensando, modificando e fortalecendo a relação conjugal
Os aspectos principais para
um bom relacionamento conjugal é o respeito, a confiança, o
comprometimento, a amizade, empatia, a química e a habilidade em
resolver conflitos.
Saber ouvir o que o outro está
dizendo e saber interpretar corretamente a mensagem recebida. Numa
terapia de casal, isso é detectado e exercitado, de modo que os cônjuges
possam transformar verdadeiramente sua relação em algo mais equilibrado
e transparente. É o espaço apropriado para facilitar o diálogo e a
conseqüente resolução de conflitos, repensando, modificando e
fortalecendo a relação conjugal. Aceitar as diferenças, evitar provocar
discussões, não depositar no outro a responsabilidade da própria
felicidade e estar bem consigo mesma antes de culpar o outro são alguns
dos truques para manter uma relação saudável.
A psicoterapia com casais pode
ser realizada tanto para casados, namorados, noivos, que moram juntos (
hetero ou homoafetivos) que estão em um momento de crise afetiva ou
sexual, que geram dúvidas sobre a continuidade desse relacionamento e
desgaste.
Existem alguns casos em que a
terapia de casal não é indicada, e na primeira entrevista o psicólogo
poderá avaliar a necessidade de uma intervenção primeiramente
individual, por ter a probabilidade de não ser ineficaz sessões
conjuntas . A falta de envolvimento por um dos parceiros, ou outros
problemas específicos podem ser tidos como pontos fundamentais para não
se iniciar uma psicoterapia de casal.
Alguns fatores comprometem a
eficácia do processo terapêutico e necessitam serem resolvidos antes,
tais como: não querer abandonar um caso extraconjugal; um dos parceiros
já se decidiu pela separação; perturbação de personalidade ou caráter
que leva a relacionamentos instáveis; violência física; dependência de
álcool ou drogas.
É possível que inicialmente a
parte que teve a iniciativa em buscar ajuda seja atendida primeiro.
Eventualmente é possível que uma das partes possa sentir necessidade em
comparecer sozinha. A grande maioria inicia o processo em conjunto e
depois, dependendo da avaliação, o psicólogo intercala sessões juntas e
sessões separadas. Após adequação, as sessões seguem em conjunto (caso
não haja intercorrências).
A utilização da terapia
cognitivo-comportamental com casais começou a ser mais pesquisada e
utilizada na América do Norte por volta de 1980, e, desde então, vem se
desenvolvendo de forma gradual e constante. Atualmente o objetivo desta
terapia é facilitar a interação dos cônjuges. Para tanto, o psicólogo
estabelece um contrato terapêutico com o casal, a fim de estabelecer o
enquadre, favorecer a participação ativa do casal, a psicoeducação e
motivação para mudança. A partir dai o problema é avaliado conjuntamente
com o objetivo de discriminar e evidenciar padrões pouco funcionais do
casal.
Os principais instrumentos
utilizados pelo profissional são os tipos de comunicação, como a
entrevista motivacional, o diálogo socrático e a descoberta guiada
(ANDRADE et al., 2009).
Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
Psicóloga Ribeirão Preto