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22 de set. de 2012

Raiva e agressão humana


                                                 

A raiva é uma emoção forte carregada de energia, que se direcionada assertivamente, pode proporcionar a liberação de sentimentos negativos ocasionando sua transformação, restaurando a integridade emocional, físico e social da pessoa.
Apesar de a raiva ser inerente nos seres humanos, a sociedade discrimina este tipo de emoção e não aceita de bom grado suas manifestações, seja no âmbito social ou familiar. Conseqüentemente, ao contrário dos animais que simplesmente a expõem, o indivíduo reprime este sentimento, não se permitindo senti-lo na mente e na expressão emocional.
Segundo o Manual do STAXI, adaptado para o Brasil (Spielberger & Biaggio, 1992), “raiva é um estado emocional que abrange sentimentos que variam desde aborrecimento leve até fúria e cólera intensas, acompanhado por estimulação do sistema nervoso autônomo”.
A raiva é um sentimento que varia em intensidade e oscila com o passar do tempo, em função do que é percebido como injustiça ou frustração. Está, portanto, atrelada às diferenças individuais acerca de como este estado varia no decorrer do tempo. Pessoas com altos escores na escala traço de Raiva, tendem a perceber uma maior variedade de situações como irritantes ou provocadoras, em relação às que têm índices mais baixos, e estariam propensas a elevações no estado de raiva ao reagirem às mesmas situações (Spielberger & Biaggio, 1992).
O conceito de agressão seria usado quando se faz referência a comportamentos destrutivos e punitivos. Assim, poder-se-ia entender que a raiva é uma condição necessária, mas não suficiente, para o desenvolvimento de posturas hostis e para a manifestação de comportamento agressivo
Segundo Setor, os mecanismos da agressão são instintivos, na medida em que se faz necessário à preservação da vida e da espécie, bem como ao desenvolvimento amplo do indivíduo.
Para Winnicott, a agressão pode ter dois significados: reação à frustração ou fonte de energia do indivíduo.
Assim, raiva e agressividade aparecem quando nos sentimos ameaçados. São emoções que tem suas origens na evolução das espécies. Acompanham reações e comportamentos de defesa e auto-proteção, colaborando assim para a sobrevivência.
Quase sempre reprimida, a raiva é um sentimento legítimo e precisa ser expresso de maneira honesta, se quisermos preservar nossa saúde física e mental.
O problema é quando a raiva e a agressividade se tornam formas usuais de reagir a situações onde as coisas não acontecem conforme gostaríamos, quando sentimos frustração, quando cometemos erros, somos criticados, nos sentimos injustiçados ou, ainda, quando desconhecemos alternativas legítimas de defesas.
A agressividade em si não é um transtorno, mas um impulso, uma maneira pela qual canalizamos nossa energia vital para uma ação que exige firmeza e vigor, com o propósito de conquistar algo que necessitamos ou para nos defender de perigos.
A raiva e a agressividade podem ser externalizadas e dirigidas a outras pessoas (como agressões verbais ou físicas), internalizada (quando se reprimem estes sentimentos, que são remoídos em pensamentos e ressentimentos), ou quando expressos de formas “passivas” (como sarcasmo e humilhação, manipulação, sabotagem, etc.).
O excesso de agressividade com impulsividade pode ser doença quando foge ao controle, tornando-se destrutiva, causando problemas nas relações pessoais, profissionais e na qualidade de vida do indivíduo. Nesse caso, a agressividade é considerada impulsiva sendo conhecida como Transtorno Explosivo Intermitente, caracterizada pela instabilidade afetiva (descontrole das emoções), gerando comportamentos de risco, principalmente com manifestações de violência.
Dependendo de alguns fatores, tais como temperamento, caráter, influência de valores do meio e da cultura em que está inserida, a pessoa pode tornar-se incapaz de controlar essa energia e passar a usar de violência, que é uma ação agressiva dirigida à destruição, geralmente em condições de desigualdade e desrespeito, de maneira incoerente e desproporcional. Nesse caso, tornam-se indivíduos desadaptados, incapazes de se adequar a qualquer grupo, pelo egoísmo absoluto e a não sujeição a qualquer tipo de regra. Só fazem o que querem e o que interessa a eles. No início, podem até se mostrarem amistosos, mas diante dos primeiros conflitos, a sua amoralidade aparece em todo o seu potencial, tornam-se frios, cruéis, indiferentes, impiedosos.  Isso nada tem haver com auto-proteção, muito menos com transtorno mental, não devendo, portanto, ser confundido como tal.

                         Profa, Dra. Edna Paciência Vietta
                                        Psicóloga Clínica  

19 de set. de 2012

Luto e Melancolia




                                                    



             É notório que a consciência da finitude é um fato perturbador para o ser humano, mas é parte de sua condição humana, ou seja, é peremptório, não há como fugir. A perda de um ente querido é dor profunda porque dói na alma do ser. Freud não deixou de trazer luz ao tema, ao escrever sobre Luto e Melancolia.
Em Luto e melancolia, Freud compara a experiência do luto ao que em sua época era chamada de “melancolia” e hoje é identificado como “depressão”. No luto, a perda de um ente querido faz com que sintamos um “vazio” temporário em nossos afetos. Ao longo tempo, recuperamos a capacidade de redirecionar nossos afetos. No estado melancólico, a experiência da perda tem a mesma dimensão, mas não se sabe o que se “perdeu” e nem o porquê, ou seja, o processo de perda é inconsciente.
Nesta obra Freud mostra os efeitos da perda de um objeto sobre o Ego. Não ficamos de luto somente quando morre alguém importante para nós. Ficamos de luto quando perdemos ou nos separamos de algo que nos é significativo, alguma coisa (pessoas, animais, objetos, situações, sonhos, emprego, etc.) que nos são caros. Freud diferencia o luto da melancolia ressaltando o aspecto natural e compreensivo do primeiro e a inconformidade do segundo onde o sujeito sofre a perda, mas não sabe exatamente o motivo (o objeto talvez não tenha morrido, mas tenha sido perdido enquanto objeto de amor).
Além dos sintomas presentes no luto (traços de desanimo profundo, perda de interesse pelo mundo externo, perda da capacidade de amar e inibição de atividades). Na melancolia os sintomas são os mesmo, porém acrescido da perturbação na auto-estima e de um empobrecimento do Ego, que no luto se encontra ausente. Ainda, na melancolia, a perda do objeto se mostra mais grave e muito mais ameaçadora para o Eu. Assim, a diferença entre ambas é marcada pelo fato de que, no caso da melancolia, a dependência do homem em relação ao objeto perdido se dá de forma incompreensível tornando-se patológica. Embora o luto também seja muitas vezes incompreendido pelo enlutado, se constitui condição normal não necessitando de tratamento psicológico na medida em que é superado ou elaborado num período de tempo determinado, enquanto na melancolia o tratamento se faz necessário. Por ser o luto circunstância superável, ao longo do tempo, Freud julgava ser inútil ou até mesmo prejudicial qualquer interferência em relação a ele.
Se no luto o mundo torna-se vazio e insignificante, na melancolia o próprio Eu torna-se insignificante. Quando esta insignificância atinge o doente com um poder de autocrítica que o faz descrever a si mesmo como “mesquinho, egoísta, pouco sincero, sem autonomia, que sempre se empenhou em esconder as fraquezas de seu ser, ele pode, ao que sabemos estar bastante próximo do autoconhecimento [...]”.(Freud, p. 106).
Para Freud o desinteresse pelo mundo externo em ambos os casos é causado pelo fato de que o indivíduo não invoca mais o objeto perdido, pela perda da capacidade de adotar um novo objeto de amor para substituir o que foi perdido e pelo afastamento de atividades que não estejam ligadas a pensamentos sobre esse objeto
A melancolia tem natureza patológica e fraciona-se em diversas formas clínicas, inclusive no que se refere à mania, que seria seu polo oposto, de onde a bipolaridade, isto é, a oscilação entre a depressão e a euforia. Em resumo, enquanto, no luto a perda é consciente; na melancolia, a perda se processa no inconsciente.
Portanto, o luto profundo e a melancolia têm em comum a dor, entretanto, deveríamos ressaltar que, se para o enlutado a dor passa, ao contrário do luto, na melancolia a dor torna-se crônica.
É comum, também, na melancolia o aparecimento de sintomas físicos pela identificação com o sofrimento do objeto perdido. Por esse mesmo motivo e pelo sentimento de ambivalência entre amor e ódio do objeto perdido o melancólico pode ser levado ao suicídio. Daí a importância do tratamento psicológico e medicamentoso.

Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
Psicóloga Clínica

           Psicoterapia e seus benefícios

                                             

Os últimos avanços na área da Psicologia e Psicoterapia têm permitido alcançar resultados cada vez melhores e mais significativos. Apesar de ser considerado um tratamento oneroso, a psicoterapia tem se mostrado, na realidade, um procedimento econômico. Pesquisas indicam que a aplicação efetiva da psicoterapia diminui os índices de transtornos mentais, internações hospitalares, idas aos prontos socorros, a auto-medicação e seus malefícios, e consumo indevido de psicotrópicos, outros medicamentos, etc.
Além dos benefícios que traz para a saúde psicológica da pessoa, a psicoterapia melhora a qualidade de vida, favorece a aquisição de autonomia, aumento de auto-estima, dando uma nova orientação em relação à vida das pessoas. A psicoterapia tem se mostrado um tratamento economicamente compensador, por prevenir e tratar problemas psicológicos que, quando não tratados adequadamente, trazem enormes prejuízos pessoais, conjugais, sociais e profissionais, com repercussão na situação econômica e afetiva das pessoas (perdas financeiras, compulsões, divórcios, separação, perda de emprego ou de oportunidade de ascensão no trabalho, etc.).
Em nossa atividade profissional, temos observado que a maioria das pessoas que tem comparecido à clínica, em busca de ajuda psicológica, o faz por vontade própria, outros vêm por insistência ou pressão da família. Os que comparecem por esta última via, geralmente, apresentam maior dificuldade em aderirem ao tratamento, neste caso demoram um pouco mais a se engajarem no processo. É importante dizer que a psicoterapia só funciona a partir do momento em que o cliente desejar ser ajudado e aceitar o tratamento, ou seja, sem engajamento não há terapia. A experiência tem mostrado que as pessoas que procuram ajuda espontaneamente respondem melhor ao tratamento e têm melhor aproveitamento que aquelas que se submeteram às decisões de terceiros. Os que tomaram iniciativa própria, geralmente se deram conta de que algo diferente estava acontecendo com elas, sentiram necessidade de buscarem ajuda e obtiveram grande alívio ao poderem expressar seus sentimentos de forma adequada. Alguns destes sentimentos foram manifestos através da verbalização de insatisfação como forma da pessoa reagir a certos acontecimentos, frustrações com sua situação familiar, dificuldades nos relacionamentos interpessoais, falta de iniciativa ou disposição para realizar atividades cotidianas, posturas habitualmente pessimistas, oscilação de humor, medos irracionais, pânico, timidez, ansiedade, depressão, ciúme, desânimo, entre outros. Ainda, como motivos desta procura foram indicados: a percepção de que o padrão de comportamento utilizado por essas pessoas não lhes proporcionava vida estável e equilibrada, que o jeito habitual de ser, lhes causava problemas e prejuízos consideráveis na vida pessoal, social e profissional, sendo, muitas vezes, impeditivos para o estabelecimento de relacionamentos satisfatórios.
Temos presenciado pessoas que procuram ajuda psicológica por, de repente, se deram conta de que os problemas foram se acumulando ao longo da vida e soluções foram sendo postergadas às expensas do estresse causado, culminando em agravamento de conflitos pessoais, conjugais e profissionais. Algumas pessoas ficaram surpresas em terem permitido que seu estado emocional pudesse chegar a tal nível. Tais pessoas se questionaram como puderam negligenciar sua saúde mental e conviverem com tantos problemas, suportando tantos sofrimentos. Mais surpresas ficaram quando descobriram as conseqüências negativas, que poderiam ter evitado (algumas delas irreversíveis), caso tivessem buscado ajuda apropriada, no momento adequado. As pessoas se mostraram arrependidas por não terem tomado iniciativa antes, tomando consciência do preço que tiveram que pagar por permanecerem em conflitos consigo e com os outros, sobretudo, com os mais próximos e significativos (filhos, pais, cônjuges, etc.). Admitiram o quanto viveram infelizes, derrotadas, amargas, mal-humoradas, quando poderiam ter desfrutado melhor as oportunidades da vida. Pessoas que já poderiam ter alcançado sucesso em sua vida conjugal, familiar, profissional, encontram-se hoje, sem rumo, desorientadas frustradas, sem perspectivas futuras por falta de autoconhecimento e auto-estima. Quantas delas insistem em resolver os problemas por si próprias, sem obterem resultados desejados, se acomodando a eles por medo, orgulho, preconceito, teimosia, ou mesmo, por ignorarem os recursos psicológicos disponíveis. Ainda, assim, muitas resistem recorrerem a esta alternativa, mesmo sabendo ser esta, o recurso efetivo para instrumentá-las a lidarem adequadamente com seus conflitos.

Profa. Dra Edna Paciência Vietta
Psicóloga Clínica
    

Psicoterapia e seus benefícios



Os últimos avanços na área da Psicologia e Psicoterapia têm permitido alcançar resultados cada vez melhores e mais significativos. Apesar de ser considerado um tratamento oneroso, a psicoterapia tem se mostrado, na realidade, um procedimento econômico. Pesquisas indicam que a aplicação efetiva da psicoterapia diminui os índices de transtornos mentais, internações hospitalares, idas aos prontos socorros, a auto-medicação e seus malefícios, e consumo indevido de psicotrópicos, outros medicamentos, etc.
Além dos benefícios que traz para a saúde psicológica da pessoa, a psicoterapia melhora a qualidade de vida, favorece a aquisição de autonomia, aumento de auto-estima, dando uma nova orientação em relação à vida das pessoas. A psicoterapia tem se mostrado um tratamento economicamente compensador, por prevenir e tratar problemas psicológicos que, quando não tratados adequadamente, trazem enormes prejuízos pessoais, conjugais, sociais e profissionais, com repercussão na situação econômica e afetiva das pessoas (perdas financeiras, compulsões, divórcios, separação, perda de emprego ou de oportunidade de ascensão no trabalho, etc.).
Em nossa atividade profissional, temos observado que a maioria das pessoas que tem comparecido à clínica, em busca de ajuda psicológica, o faz por vontade própria, outros vêm por insistência ou pressão da família. Os que comparecem por esta última via, geralmente, apresentam maior dificuldade em aderirem ao tratamento, neste caso demoram um pouco mais a se engajarem no processo. É importante dizer que a psicoterapia só funciona a partir do momento em que o cliente desejar ser ajudado e aceitar o tratamento, ou seja, sem engajamento não há terapia. A experiência tem mostrado que as pessoas que procuram ajuda espontaneamente respondem melhor ao tratamento e têm melhor aproveitamento que aquelas que se submeteram às decisões de terceiros. Os que tomaram iniciativa própria, geralmente se deram conta de que algo diferente estava acontecendo com elas, sentiram necessidade de buscarem ajuda e obtiveram grande alívio ao poderem expressar seus sentimentos de forma adequada. Alguns destes sentimentos foram manifestos através da verbalização de insatisfação como forma da pessoa reagir a certos acontecimentos, frustrações com sua situação familiar, dificuldades nos relacionamentos interpessoais, falta de iniciativa ou disposição para realizar atividades cotidianas, posturas habitualmente pessimistas, oscilação de humor, medos irracionais, pânico, timidez, ansiedade, depressão, ciúme, desânimo, entre outros. Ainda, como motivos desta procura foram indicados: a percepção de que o padrão de comportamento utilizado por essas pessoas não lhes proporcionava vida estável e equilibrada, que o jeito habitual de ser, lhes causava problemas e prejuízos consideráveis na vida pessoal, social e profissional, sendo, muitas vezes, impeditivos para o estabelecimento de relacionamentos satisfatórios.
Temos presenciado pessoas que procuram ajuda psicológica por, de repente, se deram conta de que os problemas foram se acumulando ao longo da vida e soluções foram sendo postergadas às expensas do estresse causado, culminando em agravamento de conflitos pessoais, conjugais e profissionais. Algumas pessoas ficaram surpresas em terem permitido que seu estado emocional pudesse chegar a tal nível. Tais pessoas se questionaram como puderam negligenciar sua saúde mental e conviverem com tantos problemas, suportando tantos sofrimentos. Mais surpresas ficaram quando descobriram as conseqüências negativas, que poderiam ter evitado (algumas delas irreversíveis), caso tivessem buscado ajuda apropriada, no momento adequado. As pessoas se mostraram arrependidas por não terem tomado iniciativa antes, tomando consciência do preço que tiveram que pagar por permanecerem em conflitos consigo e com os outros, sobretudo, com os mais próximos e significativos (filhos, pais, cônjuges, etc.). Admitiram o quanto viveram infelizes, derrotadas, amargas, mal-humoradas, quando poderiam ter desfrutado melhor as oportunidades da vida. Pessoas que já poderiam ter alcançado sucesso em sua vida conjugal, familiar, profissional, encontram-se hoje, sem rumo, desorientadas frustradas, sem perspectivas futuras por falta de autoconhecimento e auto-estima. Quantas delas insistem em resolver os problemas por si próprias, sem obterem resultados desejados, se acomodando a eles por medo, orgulho, preconceito, teimosia, ou mesmo, por ignorarem os recursos psicológicos disponíveis. Ainda, assim, muitas resistem recorrerem a esta alternativa, mesmo sabendo ser esta, o recurso efetivo para instrumentá-las a lidarem adequadamente com seus conflitos.

Auto-estima: sucessos e fracassos

A auto-estima é um sentimento essencial à sobrevivência psicológica, no entanto, as exigências do mundo moderno parecem estar tornando tal conquista uma tarefa penosa e difícil de ser atingida. Haja vista suas implicações freqüentemente detectadas nas queixas dos clientes tanto jovens, como adultos e idosos que procuram ajuda psicológica, entre elas: a timidez, a insegurança, a depressão, a dependência afetiva, o ciúme excessivo, etc.
A crise de valores parece ser outra conseqüência desta presença constante, um dos sintomas emocionais freqüentes. Muitos sentimentos de inferioridade podem ser influenciados por valores distorcidos pela mídia, por publicidades apelativas, por apelos ao consumismo, pelo culto ao corpo, por ideologias consumistas.
O mundo moderno supervaloriza o novo, o belo, o perfeito, o forte, os mais jovens, a performance sexual, as proezas atléticas, o poder, as posses materiais, mas não valoriza da mesma forma, o amor, a simpatia, o caráter, a amizade, a alegria, a paz, a fé, a tolerância, a fidelidade, a compreensão, as tradições, a disciplina, os valores morais. Quando falamos de auto-estima estamos referindo-nos ao grau de aceitação de nós mesmos, do grau de estima que adotamos frente ao conceito que fazemos de nós. Nossos sentimentos afetam nossa auto-estima de maneira positiva ou negativa. O sentimento de auto-estima é a percepção valorativa de nosso ser, da importância que temos para as pessoas que nos rodeiam, e desta, depende toda nossa realização pessoal e profissional. É a partir dela que tomamos decisões, fazemos escolhas e nos relacionamos e interagimos com o meio familiar, profissional e social.
Da auto-estima depende nossos sucessos e fracassos, uma vez que vinculada a um conceito positivo de nós mesmos, pode potencializar nossas capacidades e talentos, desenvolver habilidades, aumentar nosso grau de segurança pessoal e nos levar a postura otimista frente a novas conquistas. Isto implica no sentimento de estarmos de bem com a vida, de sermos aceitos e amados pelo que somos. Por outro lado, também é certo que auto-estima em excesso pode se constituir num transtorno para o relacionamento quando a pessoa se torna convencida, arrogante, egoísta, podendo, muitas vezes, ser confundida com a personalidade narcísica.
Estudos recentes, realizados por pesquisadores da Califórnia, afirmam que auto-estima muito elevada pode levar à frustração e até mesmo à delinqüência. Segundo os pesquisadores, a pessoa que não sabe dosar sua auto-estima traz danos a si própria e à sociedade, pois esta atitude pode extrapolar os níveis saudáveis da competitividade e exacerbar a agressividade e a intolerância. O ideal é a ponderação entre os extremos.
A auto-estima negativa faz com que a pessoa não confie em si própria, nem em suas possibilidades, se desvalorizando e se sentindo inferior às outras pessoas. A pessoa com baixa auto-estima está sempre com a sensação de desvantagem, incapacidade, sentimento de que nunca chegará a ter o mesmo rendimento que os outros e acaba se convencendo disso. A autocrítica dura e excessiva, imposta pela baixa auto-estima, imprime estados de insatisfação da pessoa consigo própria, indecisão crônica, medo exagerado do insucesso, e de equivocar-se, ser criticado, humilhado, rejeitado, etc. Esta condição faz com que o indivíduo se retraia e desista de seus intentos.
O autoconceito e a auto-estima, em dose adequada, favorecem o sentido de identidade, constitui marco de referência, já que interpretar a realidade externa e às próprias experiências, influem no rendimento, condiciona as expectativas e a motivação, contribuindo de forma efetiva para o controle emocional e conseqüentemente para o equilíbrio psíquico.
O autoconhecimento é o caminho para auto-realização e o processo que leva à auto-estima. À medida que a pessoa identifica e aceita suas qualidades e defeitos, estará aberta para o conhecimento e reconhecimento de seus sentimentos, desejos e vontades, estará dando um grande passo para o autoconhecimento. Em geral, experiências positivas, e bons relacionamentos ajudam a aumentar a auto-estima, enquanto experiências e relações problemáticas a diminuem.
Seja uma pessoa bem sucedida cuidando de sua saúde emocional.




Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
Psicóloga/Psicoterapeuta