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13 de set. de 2012


Psicossomática: entre a Psicologia e Biologia



Os chamados "sintomas psicossomáticos", em função de sua natureza, são fenômenos privilegiados para a reflexão sobre as relações entre a mente e o corpo e, portanto, entre a biologia e a psicologia. As doenças psicossomáticas questionam a divisão que se faz entre doenças físicas e psíquicas, como se fossem de natureza diferente. Essa divisão decorre da tradição cartesiana que separa a mente do corpo.
A medicina reconhece que algumas doenças orgânicas têm suas causas relacionadas à vida emocional ou a traumas psíquicos. Por outro lado, é inegável que algumas doenças psíquicas estejam associadas a alterações somáticas, particularmente à atuação de neurotransmissores. Alguns doentes somáticos respondem à psicoterapia, assim como medicações psicotrópicas susta sintomas psíquicos. Portanto, há que se aceder a uma nova ordem epistemológica que supere a tradicional divisão mente-corpo.
Não há mais como se negar a interação profunda entre fatores orgânicos e psíquicos e, portanto, pode-se considerar ao menos em tese que toda doença seja psicossomática."
O uso corrente na literatura médica define somatização como a tendência para vivenciar distúrbios e sintomas que não encontram explicação patológica em exames clínicos e laboratoriais. Como um termo genérico que significa a representação física de uma dor emocional. Essa dor pode ser gerada por conflito, medo, dúvida, ciúmes, inveja, luto ou até mágoa, mas sempre com repercussões no corpo.
Somatizar significa expressar o sofrimento emocional sobre forma de queixas físicas, é transformar problemas de natureza emocional (mal resolvidos) em sintomas ou doenças de natureza física, orgânica ou psicossomática. É, portanto a manifestação de queixas somáticas, sem substrato orgânico, onde se verifica sofrimento psicológico, às vezes intenso, leva como já dissemos em artigo anterior, a pessoa procurar uma confirmação diagnóstica clínica onde , no caso, não existe. Embora pareça repetitivo, o tema da somatização é oportuno no mundo atual, sobretudo, pela presença do estresse da vida moderna, a pressa, a cobrança desenfreada e suas conseqüências somáticas. 
A somatização consiste na manifestação de sintomas físicos em resposta ao estresse emocional. Esses transtornos se expressam sob a forma de queixas (e quem não as tem?) como, dores de estômago, de cabeça, cansaço, dores no peito, dificuldades respiratórias, taquicardia, palpitações, problemas dermatológicos. Entre os exemplos mais comuns estão as síndromes depressivas e ansiosas como o pânico, as fobias. 
Os somatizadores tendem a ser preconceituosos quanto a problemas de natureza psicológica ou emocional, por esse motivo, podem apresentar um curso crônico de doença, o que pode levá-los a grave comprometimento funcional e precária qualidade de vida. .
O conceito de somatização tem sido utilizado com freqüência no meio médico e psiquiátrico, embora sua clara significação permaneça obscura para muitos dos seus usuários.
 A existência de outros conceitos, embora distintos, mantêm correlações, entre os quais podemos citar a conversão, transtornos somatoformes, hipocondria e as chamadas “doenças psicossomáticas”,
É um distúrbio tão freqüente e frustrante para o pacientes, uma vez que as pessoas de seu convívio acabam desconsiderando suas queixas, por vezes repetitivas ou reincidentes. Assim, a somatização pode comprometer a qualidade de vida do paciente e seu relacionamento familiar, profissional e social devendo ser abordada com embasamento científico adequado.
O primeiro princípio na condução destes pacientes é compreender seu sofrimento e desenvolver uma atitude de acolhimento e compreensão. Do ponto de vista médico, os sintomas podem parecer exagerados e as queixas, irracionais, mas o sofrimento apesar de um fenômeno subjetivo - quase sempre é verdadeiro. A incapacidade de reconhecer este sofrimento pode ser interpretada pelo paciente como indiferença, rejeição ou "banalização" de sua doença. Portanto, se você convive ou identifica alguém de sua família com tais características à melhor atitude é procurar compreender seu sofrimento e tentar convencê-lo a procurar ajuda profissional.


      Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
            Psicóloga Clínica


Psicóloga Cognitivo-Comportamental Ribeirão Preto

Psicóloga Cognitivo-Comportamental Ribeirão Preto
13/09/12
Neurose versus Psicose
Nosso objetivo em publicar artigos relacionados à temática psicológica tem sido o de compartilhar conhecimentos científicos em linguagem popular, utilizada no cotidiano das pessoas, visando contribuir para informação e detecção precoce dos transtornos emocionais e mentais. Procuro me ater às questões que me fazem no consultório, ou mesmo socialmente, para refletir e escrever procurando me ater às dúvidas mais relevantes para esse entendimento. Percebo que existe muitas dúvidas sobre a diferença entre Neurose e Psicose. Daí escolher para o tema de hoje esse esclarecimento.
Os sentimentos dos neuróticos são normais; eles amam, sentem alegria, tristeza, raiva, etc., como qualquer pessoa. É a quantidade desses sentimentos e a forma de reagir aos estímulos que são desproporcionais. Os neuróticos ficam mais ansiosos, mais angustiados, mais deprimidos, mais sugestionáveis, mais teatrais, mais impressionados, mais preocupados, com mais medo, enfim, eles têm as mesmas emoções que qualquer pessoa, porém, em quantidades que comprometem a sua adaptação. Assim, um neurótico fóbico, por ex, pode sentir intenso medo ante uma situação ou um objeto que ele saiba não representar nenhum perigo. Os neuróticos percebem e julgam a realidade como todo mundo, mas reagem a ela de forma diferente. Essa característica os distingue dos psicóticos, que exibem uma alteração do juízo de realidade.
Diante de um compromisso social o neurótico reage com muita ansiedade, mais que a maioria das pessoas submetidas à mesma situação. Diante de um compromisso social a pessoa começa ficar muito ansiosa, uma semana antes, finalmente, a pessoa fica ansiosa só de imaginar que terá um compromisso social.
Num determinado ambiente (ônibus, elevador, avião, em meio à multidão, etc.) a pessoa neurótica começa a passar mal, achando que vai acontecer alguma coisa (desproporcional). Ou começa a passar mal só de saber que terá de enfrentar a tal situação (sem causa aparente).
Ainda assim, neuroses são distúrbios leves com poucas distorções da realidade, porém tão desconfortável quanto qualquer outro transtorno mental, necessitando. portanto, de tratamento psicológico.
A neurose é sempre resultante de um conflito intrapsíquico, enquanto a psicose há uma disposição endógena ou constitucional.
Os sintomas mais comuns na neurose são: insatisfação geral, inflexibilidade de idéias, rigidez, problemas relacionados à área sexual, excesso de mentiras (mitomania); angustia, crises de choro imotivado, depressão, sintomas psicossomáticos, fobias, pânico, depressão, euforia, oscilação de humor, obsessões, compulsões, etc.
Já a psicose é um estado desequilibrado de funcionamento psíquico. O aspecto central da psicose é a perda do contato com a realidade, variando conforme sua intensidade. Quando a pessoa acaba recriando o que é real, inventando coisas que não existem no plano de entendimento social e que só a ele faz sentido, aí está a psicose no ser humano.
O psicótico vive em um mundo à parte, no qual ele interage com seres e objetos irreais, ao mesmo tempo em que se ausenta cada vez mais da realidade concreta.
As psicoses se definem pela perturbação do pensamento. Alguns sintomas desse distúrbios, por exemplo nas esquizofrenias se detecta alteração na percepção, desordem do pensamento, delírios (falsa realidade percebida (acredita em conspiração contra ele, persecutoriedade (se sente perseguidos, acredita que fontes externas controlam seus pensamentos). e alucinações (escutar vozes ou ter visões, onde estas não existem), afastamento da realidade, comportamento estranho e distúrbios da fala.
As psicoses geralmente necessitam de avaliação psiquiátrica e conduta medicamentosa – eventualmente internação.
Quando o paciente psicótico está fora da crise, tem condições de tomar conta de si mesmo, vivendo praticamente de uma forma normal, alimentando sonhos, expectativas, desejos e até se relacionando bem com os outros. Ao surtar, porém, ele parece se transportar para um universo fantasioso, no qual tudo é possível e as contradições convivem sem problema algum.
Hoje, existem bons tratamentos, tanto em termos de abordagens psicológicas quanto medicamentosos para todos os transtornos, tanto neuróticos, quanto psicóticos, não havendo razão para preconceitos.
Profa Dra Edna Paciência Vietta
Psicóloga Clínica

12 de set. de 2012

Neurose versus Psicose





Nosso objetivo em publicar artigos relacionados à temática psicológica tem sido o de compartilhar conhecimentos científicos em linguagem popular, utilizada no cotidiano das pessoas, visando contribuir para informação e detecção precoce dos transtornos emocionais e mentais. Aproveito as questões que me fazem no consultório, ou mesmo socialmente, para refletir e escrever procurando me ater às dúvidas mais relevantes para esse entendimento. Percebo que existem muitas dúvidas sobre a diferença entre Neurose e Psicose. Daí escolher para o tema de hoje esse esclarecimento.
Os sentimentos dos neuróticos são normais; eles amam, sentem alegria, tristeza, raiva, etc., como qualquer pessoa. É a quantidade desses sentimentos e a forma de reagir aos estímulos que são desproporcionais. Os neuróticos ficam mais ansiosos, mais angustiados, mais deprimidos, mais sugestionáveis, mais teatrais, mais impressionados, mais preocupados, com mais medo, enfim, eles têm as mesmas emoções que qualquer pessoa, porém, em quantidades que comprometem a sua adaptação. Assim, um neurótico fóbico, por ex, pode sentir intenso medo ante uma situação ou um objeto que ele saiba não representar nenhum perigo. Os neuróticos percebem e julgam a realidade como todo mundo, mas reagem a ela de forma diferente. Essa característica os distingue dos psicóticos, que exibem uma alteração do juízo de realidade.
Diante de um compromisso social o neurótico reage com muita ansiedade, mais que a maioria das pessoas submetidas à mesma situação. Diante de um compromisso social a pessoa começa ficar muito ansiosa, uma semana antes, finalmente, a pessoa fica ansiosa só de imaginar que terá um compromisso social.
Num determinado ambiente (ônibus, elevador, avião, em meio à multidão, etc.) a pessoa neurótica começa a passar mal, achando que vai acontecer alguma coisa (desproporcional). Ou começa a passar mal só de saber que terá de enfrentar a tal situação (sem causa aparente). 
Ainda assim, neuroses são distúrbios leves com poucas distorções da realidade, porém tão desconfortável quanto qualquer outro transtorno mental, necessitando. portanto, de tratamento psicológico.
A neurose é sempre resultante de um conflito intrapsíquico, enquanto a psicose há uma disposição endógena ou constitucional.
Os sintomas mais comuns na neurose são: insatisfação geral, inflexibilidade de idéias, rigidez, problemas relacionados à área sexual, excesso de mentiras (mitomania); angustia, crises de choro imotivado, depressão, sintomas psicossomáticos, fobias, pânico, depressão, euforia, oscilação de humor, obsessões, compulsões, etc.
 A psicose é um estado desequilibrado de funcionamento psíquico. O aspecto central da psicose é a perda do contato com a realidade, variando conforme sua intensidade. Quando a pessoa acaba recriando o que é real, inventando coisas que não existem no plano de entendimento social e que só a ele faz sentido, aí está a psicose no ser humano.
O psicótico vive em um mundo à parte, no qual ele interage com seres e objetos irreais, ao mesmo tempo em que se ausenta cada vez mais da realidade concreta.
As psicoses se definem pela perturbação do pensamento. Alguns sintomas dos distúrbios esquizofrênicos: Alteração na percepção, Desordem do pensamento, Delírios e Alucinações, Afastamento da realidade, Comportamento estranho e distúrbios da fala.
As psicoses geralmente necessitam de avaliação psiquiátrica e conduta medicamentosa - eventualmente internação. Os sintomas mais comuns são: Delírios: falsa realidade percebida (acredita em conspiração contra ele, persecutoriedade (se sente perseguido). Alucinações: escutar vozes ou ter visões, onde estas não existem. Acredita que fontes externas controlam seus pensamentos.
Quando o paciente psicótico está fora da crise, tem condições de tomar conta de si mesmo, vivendo praticamente de uma forma normal, alimentando sonhos, expectativas, desejos e até se relacionando bem com os outros. Ao surtar, porém, ele parece se transportar para um universo fantasioso, no qual tudo é possível e as contradições convivem sem problema algum.
Hoje, existe bons tratamentos, tanto em termos de abordagens psicológicas quanto medicamentosos para todos os transtornos, tanto neuróticos, quanto psicóticos, não havendo razão para preconceitos.
                    Profa Dra Edna Paciência Vietta
                                 Psicóloga Clínica




Pessimismo

Temos observados em nossa prática clínica que na maioria dos transtornos apresentados por nossos pacientes estão presentes os sentimento de pessimismo e negatividade, portanto, a presença de um problema cognitivo, manifesto por pensamentos disfuncionais.
 Esses pacientes sempre colocam dificuldades para mudança, há sempre a justificativa de empecilhos no meio do caminho. Não são capazes de vislumbrar um futuro bom. Apresentam um medo exacerbado de investir ou de correr riscos. Não saber o que vai acontecer os torna inseguros, medrosos, apreensivos, ansiosos ou depressivos. Não conseguem conviver com imprevistos. Encaram tudo pelo lado negativo e são incapaz de enxergar algo de bom nas situações. Manifestam crenças limitantes, como a baixa auto-estima e o julgamento de que são incapazes de fazer algo diferente e positivo, procurando encontra inúmeras desculpas, para justificarem suas visões negativas.
As teorias cognitivas afirmam que pensamentos e crenças ocupam um papel fundamental nas emoções e comportamentos do ser humano. De acordo com essa visão, os cognitivistas percebem os pensamentos, crenças, julgamentos e atitudes como fatores psicológicos relevantes. O modelo cognitivo mostra que as pessoas que apresentam vulnerabilidade relacionada à interpretação, suposição, visão de si e do mundo de forma distorcida e negativa, apresentam como conseqüência perturbações emocionais.
Em termos de atitudes os pessimistas têm tendências a ver as situações em apenas duas categorias, tudo ou nada, (o que chamamos de 8 ou 80). Pessoas que pensam desta forma têm muita dificuldade em encontrar a solução no meio termo. Exemplo: “Não fiz aquela venda, logo sou um péssimo vendedor“ (se eu não for um sucesso total, então eu sou um fracasso). Ele procura uma razão para provar o pensa de si mesmo.
Como pessimista mostra-se logo seu modo de catastrofizar as situações, passa “prevê o futuro” de forma negativa, sem considerar outras alternativas possíveis para os eventos. Exemplo: “Eu ficarei tão aborrecido que não serei capaz de agir direito.” (Como sabe? Por acaso você tem bola de cristal?). Passa fazer generalizações do tipoNão fui bem em uma prova, então: “Nunca vou me sais bem em prova alguma.
Fica ruminando pensamentos negativos, para se convencer de que realmente está correto em sua percepção catastrófica“Eu não vou conseguir, eu não vou conseguir, eu não vou conseguir.” Este tipo de pensamento pode também assumir forma de imagem mental. Exemplo: fica se imaginando numa situação onde tudo dará errado. A pessoa acometida por estes pensamentos tem dificuldades em sentir prazer nas atividades que realiza, além de não apresentar iniciativa ou entusiasmo para novas possibilidades em sua vida. No entanto, o pessimista considera sua postura inerente ao seu jeito de ser e não algo que mereça ser trabalhado. O pessimista tem problemas em aceitar críticas, se ofende com facilidade, pois, interpreta mal a opinião das pessoas. Por tal entendimento geralmente se tornam, implicantes, mal humorados, hostis.
O pessimista se sente rejeitado e não sem motivos, afinal, as pessoas evitam conviver com alguém que desmotiva, que não manifesta disposição, esperança, otimismo, alegria, para quem o futuro é negativo e para o qual dificilmente os projeto darão certo. Além de prejudicar seus relacionamentos, a pessoa pessimista afeta diretamente sua vida afetiva, conjugal, familiar, social e profissional. São pessoas distímicas, mal humoradas, muitas vezes, intransigentes, do tipo “desmancha prazeres”. Tenho observado que este tipo de paciente trás como queixas problemas de relacionamentos, com conseqüências irreversíveis como divórcios, insucessos afetivos e profissionais.  
É fácil observar que quanto mais pessimista o paciente, mais resistente ele é ao tratamento, pois se sente ameaçado em ter que mudar ou sair da zona de conforto em que se encontra.
A Terapia Cognitivo-Comportamental visa à reeducação de pensamentos e de crenças distorcidos ou disfuncionais.
No momento em que o paciente se dá conta de que ele tem a possibilidade de mudar suas cognições (interpretações) sobre os eventos, esta percepção dá início a um processo terapêutico de mudanças internas que irão refletir nos fatos externos. O indivíduo sai da posição de vítima e sente-se mais forte logo no início da terapia, porque ele percebe que, mesmo tendo reais dificuldades, pode começar a agir sobre elas, utilizando ferramentas poderosas e eficientes.
Profa Dra. Edna Paciência Vietta
             Psicóloga Clínica


Sogra e o Imaginário Popular

 Sabemos que o tema sobre sogra é pauta para os mais ardentes debates e carrega um sentido pejorativo no imaginário popular. Há sempre queixa velada ou explícita da interferência desta figura pautada no estereótipo de megera.  Como psicóloga, tenho procurado entender que fatores intervenientes estão por trás dessa complexa relação de antipatia.
Entre um casal que se relaciona, existe um sistema de valores e uma cultura própria que cada indivíduo, traz consigo de sua família. A educação, a formação, as crenças, nível de instrução, interesses, geralmente diferentes, sendo esses, fatores conflitantes para uma boa convivência. Há, já pairando no ar, mesmo antes de um casal  firmar qualquer compromisso, certas referências sobre a expectativa negativa dessa convivência, certa  predisposição à rejeição.
A sogra carrega um estereótipo que geralmente suscita piadas, brincadeiras, gozações e comentários jocosos. A forma preconceituosa como é vista essa relação pode dificultar o estabelecimento de vínculos entre sogra e nora e conflitos entre casais. As mães querem sempre ter o privilégio da última palavra na escolha da (o) companheiro (a) do filho (a), são elas que consciente ou inconscientemente estabelecem critérios para essa escolha.
Segundo Freud se faz possível dois tipos de escolha objetal, a saber: a anaclítica ou de apoio, ou narcísica. A primeira diz respeito ao fato de que os objetos das pulsões do ego se tornarão objetos da libido, ou seja, a escolha se apóia no processo da autoconservação, conduzindo para certo objeto tendo como referência, figuras parentais: pais ou substitutos. A segunda se refere a uma escolha de objeto semelhante ao próprio sujeito, ao que ele foi ou desejou ser.  
Quando a mãe tem uma forte relação de dependência com o filho ou filha, experimenta o casamento destes como uma perda afetiva muito grande e, esta, facilmente se transforma em rejeição, repulsa ou ciúme para com a nora ou genro, que é quem lhes "rouba" a prole. Pode surgir, a tendência, ás vezes, inconsciente, de criticar a nora ou o genro, colocando-se numa posição privilegiada de confidente perante o filho ou filha. É uma forma de se colocar como a pessoa única em quem o filho ou a filha pode continuar confiando.  
Outro fator que pode influenciar a relação sogra-nora é a chegada de um filho/neto, pois a partir desse momento existe mais um ser a ser disputado por ambas. A sogra parece ser sempre sentida como uma ameaça em relação ao amor do filho/neto.
Devido a todos os fatores que envolvem a relação sogra-nora, são inúmeros os sentimentos desencadeados nessa ligação, como por exemplo: ciúme, inveja, raiva, tristeza, insegurança, amizade, amor, carinho, respeito, entre outros.
O papel do marido/filho é fundamental no desenvolvimento da relação sogra/nora. Cabe a ele separar o amor de mãe do amor de esposa, colocando ambas nos seus devidos lugares. O mesmo se dá com relação esposa/filha.
As queixas freqüentes, que mais identifico no consultório, são: a sogra que chega à casa do filho (ou filha) e age como se estivesse na própria casa. Invade a cozinha, interfere na arrumação e na limpeza da casa, na lavagem e organização das roupas, na escolha da alimentação. Aquela que abre os armários, "sugere" mudanças, quer saber a razão do filho/filha estar aborrecido ou triste, curiosa em saber sobre a vida particular do casal, sobre as condições financeiras e aquisições do casal, críticas sobre consumo e economia doméstica; aquela que compete com a nora: numa clara disputa entre quem é a mais sedutora. Aquela que vive doente e/ou solitária, queixosa, carente, dada à chantagem emocional. Sogra desagregadora: aquela que se torna cúmplice da nora, que fala mal e que só aponta as características negativas do filho/filha, insuflando o genro ou nora contra seu par numa tentativa, ás vezes inconsciente de mostrar ao filho que só ela o ama, apesar dos defeitos. Aquelas que intrometem na educação dos netos.
Apesar dos inúmeros conflitos a relação sogra/nora, pode ser administrada de forma saudável. Isto ocorre à medida que ambas amadurecem emocionalmente e passam a compreender-se mutuamente, conscientizando-se que não precisam competir, uma vez que cada uma exerce um papel diferente. Este é, no nosso entender, o grande desafio para a contínua construção desta relação.

Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
        Psicóloga Clínica

Psicoterapia e seus benefícios



Os últimos avanços na área da Psicologia e Psicoterapia têm permitido alcançar resultados cada vez melhores e mais significativos. Apesar de ser considerado um tratamento oneroso, a psicoterapia tem se mostrado, na realidade, um procedimento econômico. Pesquisas indicam que a aplicação efetiva da psicoterapia diminui os índices de transtornos mentais, internações hospitalares, idas aos prontos socorros, a auto-medicação e seus malefícios, e consumo indevido de psicotrópicos, outros medicamentos, etc.
Além dos benefícios que traz para a saúde psicológica da pessoa, a psicoterapia melhora a qualidade de vida, favorece a aquisição de autonomia, aumento de auto-estima, dando uma nova orientação em relação à vida das pessoas. A psicoterapia tem se mostrado um tratamento economicamente compensador, por prevenir e tratar problemas psicológicos que, quando não tratados adequadamente, trazem enormes prejuízos pessoais, conjugais, sociais e profissionais, com repercussão na situação econômica e afetiva das pessoas (perdas financeiras, compulsões, divórcios, separação, perda de emprego ou de oportunidade de ascensão no trabalho, etc.).
Em nossa atividade profissional, temos observado que a maioria das pessoas que tem comparecido à clínica, em busca de ajuda psicológica, o faz por vontade própria, outros vêm por insistência ou pressão da família. Os que comparecem por esta última via, geralmente, apresentam maior dificuldade em aderirem ao tratamento, neste caso demoram um pouco mais a se engajarem no processo. É importante dizer que a psicoterapia só funciona a partir do momento em que o cliente desejar ser ajudado e aceitar o tratamento, ou seja, sem engajamento não há terapia. A experiência tem mostrado que as pessoas que procuram ajuda espontaneamente respondem melhor ao tratamento e têm melhor aproveitamento que aquelas que se submeteram às decisões de terceiros. Os que tomaram iniciativa própria, geralmente se deram conta de que algo diferente estava acontecendo com elas, sentiram necessidade de buscarem ajuda e obtiveram grande alívio ao poderem expressar seus sentimentos de forma adequada. Alguns destes sentimentos foram manifestos através da verbalização de insatisfação como forma da pessoa reagir a certos acontecimentos, frustrações com sua situação familiar, dificuldades nos relacionamentos interpessoais, falta de iniciativa ou disposição para realizar atividades cotidianas, posturas habitualmente pessimistas, oscilação de humor, medos irracionais, pânico, timidez, ansiedade, depressão, ciúme, desânimo, entre outros. Ainda, como motivos desta procura foram indicados: a percepção de que o padrão de comportamento utilizado por essas pessoas não lhes proporcionava vida estável e equilibrada, que o jeito habitual de ser, lhes causava problemas e prejuízos consideráveis na vida pessoal, social e profissional, sendo, muitas vezes, impeditivos para o estabelecimento de relacionamentos satisfatórios.
Temos presenciado pessoas que procuram ajuda psicológica por, de repente, se deram conta de que os problemas foram se acumulando ao longo da vida e soluções foram sendo postergadas às expensas do estresse causado, culminando em agravamento de conflitos pessoais, conjugais e profissionais. Algumas pessoas ficaram surpresas em terem permitido que seu estado emocional pudesse chegar a tal nível. Tais pessoas se questionaram como puderam negligenciar sua saúde mental e conviverem com tantos problemas, suportando tantos sofrimentos. Mais surpresas ficaram quando descobriram as conseqüências negativas, que poderiam ter evitado (algumas delas irreversíveis), caso tivessem buscado ajuda apropriada, no momento adequado. As pessoas se mostraram arrependidas por não terem tomado iniciativa antes, tomando consciência do preço que tiveram que pagar por permanecerem em conflitos consigo e com os outros, sobretudo, com os mais próximos e significativos (filhos, pais, cônjuges, etc.). Admitiram o quanto viveram infelizes, derrotadas, amargas, mal-humoradas, quando poderiam ter desfrutado melhor as oportunidades da vida. Pessoas que já poderiam ter alcançado sucesso em sua vida conjugal, familiar, profissional, encontram-se hoje, sem rumo, desorientadas frustradas, sem perspectivas futuras por falta de autoconhecimento e auto-estima. Quantas delas insistem em resolver os problemas por si próprias, sem obterem resultados desejados, se acomodando a eles por medo, orgulho, preconceito, teimosia, ou mesmo, por ignorarem os recursos psicológicos disponíveis. Ainda, assim, muitas resistem recorrerem a esta alternativa, mesmo sabendo ser esta, o recurso efetivo para instrumentá-las a lidarem adequadamente com seus conflitos.

Auto-estima: sucessos e fracassos

A auto-estima é um sentimento essencial à sobrevivência psicológica, no entanto, as exigências do mundo moderno parecem estar tornando tal conquista uma tarefa penosa e difícil de ser atingida. Haja vista suas implicações freqüentemente detectadas nas queixas dos clientes tanto jovens, como adultos e idosos que procuram ajuda psicológica, entre elas: a timidez, a insegurança, a depressão, a dependência afetiva, o ciúme excessivo, etc.
A crise de valores parece ser outra conseqüência desta presença constante, um dos sintomas emocionais freqüentes. Muitos sentimentos de inferioridade podem ser influenciados por valores distorcidos pela mídia, por publicidades apelativas, por apelos ao consumismo, pelo culto ao corpo, por ideologias consumistas.
O mundo moderno supervaloriza o novo, o belo, o perfeito, o forte, os mais jovens, a performance sexual, as proezas atléticas, o poder, as posses materiais, mas não valoriza da mesma forma, o amor, a simpatia, o caráter, a amizade, a alegria, a paz, a fé, a tolerância, a fidelidade, a compreensão, as tradições, a disciplina, os valores morais. Quando falamos de auto-estima estamos referindo-nos ao grau de aceitação de nós mesmos, do grau de estima que adotamos frente ao conceito que fazemos de nós. Nossos sentimentos afetam nossa auto-estima de maneira positiva ou negativa. O sentimento de auto-estima é a percepção valorativa de nosso ser, da importância que temos para as pessoas que nos rodeiam, e desta, depende toda nossa realização pessoal e profissional. É a partir dela que tomamos decisões, fazemos escolhas e nos relacionamos e interagimos com o meio familiar, profissional e social.
Da auto-estima depende nossos sucessos e fracassos, uma vez que vinculada a um conceito positivo de nós mesmos, pode potencializar nossas capacidades e talentos, desenvolver habilidades, aumentar nosso grau de segurança pessoal e nos levar a postura otimista frente a novas conquistas. Isto implica no sentimento de estarmos de bem com a vida, de sermos aceitos e amados pelo que somos. Por outro lado, também é certo que auto-estima em excesso pode se constituir num transtorno para o relacionamento quando a pessoa se torna convencida, arrogante, egoísta, podendo, muitas vezes, ser confundida com a personalidade narcísica.
Estudos recentes, realizados por pesquisadores da Califórnia, afirmam que auto-estima muito elevada pode levar à frustração e até mesmo à delinqüência. Segundo os pesquisadores, a pessoa que não sabe dosar sua auto-estima traz danos a si própria e à sociedade, pois esta atitude pode extrapolar os níveis saudáveis da competitividade e exacerbar a agressividade e a intolerância. O ideal é a ponderação entre os extremos.
A auto-estima negativa faz com que a pessoa não confie em si própria, nem em suas possibilidades, se desvalorizando e se sentindo inferior às outras pessoas. A pessoa com baixa auto-estima está sempre com a sensação de desvantagem, incapacidade, sentimento de que nunca chegará a ter o mesmo rendimento que os outros e acaba se convencendo disso. A autocrítica dura e excessiva, imposta pela baixa auto-estima, imprime estados de insatisfação da pessoa consigo própria, indecisão crônica, medo exagerado do insucesso, e de equivocar-se, ser criticado, humilhado, rejeitado, etc. Esta condição faz com que o indivíduo se retraia e desista de seus intentos.
O autoconceito e a auto-estima, em dose adequada, favorecem o sentido de identidade, constitui marco de referência, já que interpretar a realidade externa e às próprias experiências, influem no rendimento, condiciona as expectativas e a motivação, contribuindo de forma efetiva para o controle emocional e conseqüentemente para o equilíbrio psíquico.
O autoconhecimento é o caminho para auto-realização e o processo que leva à auto-estima. À medida que a pessoa identifica e aceita suas qualidades e defeitos, estará aberta para o conhecimento e reconhecimento de seus sentimentos, desejos e vontades, estará dando um grande passo para o autoconhecimento. Em geral, experiências positivas, e bons relacionamentos ajudam a aumentar a auto-estima, enquanto experiências e relações problemáticas a diminuem.
Seja uma pessoa bem sucedida cuidando de sua saúde emocional.




Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
Psicóloga/Psicoterapeuta