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13 de mai. de 2013

Fim de um relacionamento amoroso: e agora?

                                           
                         









Fim de um relacionamento amoroso: e agora?

O fim de um relacionamento amoroso é um processo de luto, aliás, toda separação ou perda envolve luto e necessita de tempo para elaboração. Quando uma relação chega ao fim, é impossível não haver sofrimento, dor, angústia e/ou culpa. O vazio e o sentimento de desamparo e/ou solidão são realidades impossíveis de se livrar durante algum tempo após a perda. Esse tempo é relativo, depende de vários fatores: tempo de investimento na pessoa perdida, sentimentos envolvidos na relação, tempo de relacionamento, tipo de vínculo estabelecido, motivos que levaram a separação, nível de dependência, etc. É um tempo de alternância de sentimentos, ódio, raiva, negação, desejo de vingança, ciúme, vontade de retomar, de ter de volta o que se perdeu, arrependimento, lembranças de bons e maus momentos, erros e acertos, oportunidades e alternativas e de questionamentos.
Para algumas pessoas o tempo de superação pode ser mais longo e requerer um tempo maior, pela dificuldade em se desapegar, medo da solidão de viver sem a presença do outro, não suportar a frustração, por se sentir derrotada. Fica ruminando lembranças, buscando entender as causas, o porquê, ou o que levou o outro a rejeitá-la. 
Elizabeth Kubler Ross, estudando a morte e a forma como os pacientes reagiam diante de doenças terminais chegou a cinco fases pelas quais uma pessoa passa no processo do luto. Na verdade, a separação amorosa, assim como qualquer perda, certamente envolve as mesmas fases de luto: Negação, Raiva, Barganha, Depressão e Aceitação, as quais tentaremos transpô-las na situação de perdas amorosa ou afetivas, fruto não do conhecimento empírico, senão de nossa observação clínica.
Assim, no caso de separação amorosa na fase de Negação a perda da pessoa amada parece ainda não ter acontecido de fato, é como se a ficha ainda não houvesse caído, há ainda a possibilidade de uma reversão, tudo pode voltar a ser como antes. A coragem ainda persiste, a pessoa pode até chorar, mas ainda existe esperança. “Nem tudo está perdido”. Aos poucos, a fase da Raiva começa a se instalar progressivamente e vai se intensificando, com ela o medo de que a separação realmente possa se concretizar ou esta se concretizando, portanto, é preciso tomar algumas providências. Essa Raiva vem acompanhada da necessidade de acusar a outra pessoa ou quem quer que tenha surgido como justificativa para o término da relação. Nesta fase a pessoa passa a exigir explicações, não admite indiferença, embora tal iniciativa provoque fugas e silêncio. Desafios, provocação e atitudes de despeito, ciúme, possessão e revolta são freqüentes, atitudes como, devolução de alianças, presentes, fotos, cartas ou emails, recados ou insinuações pelo facebook (atualmente muito em voga), agressões verbais e físicas. Após esta fase cheia de conflitos, entra-se na fase da Barganha, já que a fase anterior não surtiu resultados, mas complicações, desgastes e distanciamentos, é hora de correr atrás do prejuízo, mudar de táticas, adotar alternativas mais brandas, rever posições, adotar outras estratégias, acalmar os ânimos, buscar ajuda em Deus, padres, pastores, psicólogos, amigos, familiares, pai de santo, cartomante, etc. A pessoa tenta fazer acordos para ter de volta o relacionamento, é quando promete mudanças, reflexões, compreensão, submissão, aceitação, enfim é o momento de fazer qualquer coisa para ter de volta o que se perdeu. Nessa fase a pessoa fica mais gentil, mais dócil, amiga, pronta para perdoar. Caso, esses recursos falhem instala-se a Melancolia ou Depressão. Esta fase traz em si a derrota, a culpa, auto-acusação, o sentimento de despeito, apatia, perda de identidade, pois o Ideal do Ego não aceita a derrota e massacra o Ego dizendo "a culpa é sua". Se a pessoa conseguir passar pelas fases de modo saudável poderá chegar à fase de aceitação da perda. Esta se dá quando a pessoa busca ajuda a tempo de reconhecer seus verdadeiros sentimentos, seus valores, buscando forças para manter e preservar sua dignidade e autonomia, Este recurso deve ser buscado à medida que a pessoa percebe que sua auto-estima está em baixa e que não está conseguindo elaborar a perda sozinha. Quanto mais tempo a pessoa demorar em buscar ajuda, mais difícil se tornará a superação deste problema.

Profa. Dra Edna Paciência Vietta
            Psicóloga Clínica

2 comentários:

Unknown disse...

Preciso de ajuda urgente, por favor

willane poderoso disse...

texto muito bom parabéns.

Psicoterapia e seus benefícios



Os últimos avanços na área da Psicologia e Psicoterapia têm permitido alcançar resultados cada vez melhores e mais significativos. Apesar de ser considerado um tratamento oneroso, a psicoterapia tem se mostrado, na realidade, um procedimento econômico. Pesquisas indicam que a aplicação efetiva da psicoterapia diminui os índices de transtornos mentais, internações hospitalares, idas aos prontos socorros, a auto-medicação e seus malefícios, e consumo indevido de psicotrópicos, outros medicamentos, etc.
Além dos benefícios que traz para a saúde psicológica da pessoa, a psicoterapia melhora a qualidade de vida, favorece a aquisição de autonomia, aumento de auto-estima, dando uma nova orientação em relação à vida das pessoas. A psicoterapia tem se mostrado um tratamento economicamente compensador, por prevenir e tratar problemas psicológicos que, quando não tratados adequadamente, trazem enormes prejuízos pessoais, conjugais, sociais e profissionais, com repercussão na situação econômica e afetiva das pessoas (perdas financeiras, compulsões, divórcios, separação, perda de emprego ou de oportunidade de ascensão no trabalho, etc.).
Em nossa atividade profissional, temos observado que a maioria das pessoas que tem comparecido à clínica, em busca de ajuda psicológica, o faz por vontade própria, outros vêm por insistência ou pressão da família. Os que comparecem por esta última via, geralmente, apresentam maior dificuldade em aderirem ao tratamento, neste caso demoram um pouco mais a se engajarem no processo. É importante dizer que a psicoterapia só funciona a partir do momento em que o cliente desejar ser ajudado e aceitar o tratamento, ou seja, sem engajamento não há terapia. A experiência tem mostrado que as pessoas que procuram ajuda espontaneamente respondem melhor ao tratamento e têm melhor aproveitamento que aquelas que se submeteram às decisões de terceiros. Os que tomaram iniciativa própria, geralmente se deram conta de que algo diferente estava acontecendo com elas, sentiram necessidade de buscarem ajuda e obtiveram grande alívio ao poderem expressar seus sentimentos de forma adequada. Alguns destes sentimentos foram manifestos através da verbalização de insatisfação como forma da pessoa reagir a certos acontecimentos, frustrações com sua situação familiar, dificuldades nos relacionamentos interpessoais, falta de iniciativa ou disposição para realizar atividades cotidianas, posturas habitualmente pessimistas, oscilação de humor, medos irracionais, pânico, timidez, ansiedade, depressão, ciúme, desânimo, entre outros. Ainda, como motivos desta procura foram indicados: a percepção de que o padrão de comportamento utilizado por essas pessoas não lhes proporcionava vida estável e equilibrada, que o jeito habitual de ser, lhes causava problemas e prejuízos consideráveis na vida pessoal, social e profissional, sendo, muitas vezes, impeditivos para o estabelecimento de relacionamentos satisfatórios.
Temos presenciado pessoas que procuram ajuda psicológica por, de repente, se deram conta de que os problemas foram se acumulando ao longo da vida e soluções foram sendo postergadas às expensas do estresse causado, culminando em agravamento de conflitos pessoais, conjugais e profissionais. Algumas pessoas ficaram surpresas em terem permitido que seu estado emocional pudesse chegar a tal nível. Tais pessoas se questionaram como puderam negligenciar sua saúde mental e conviverem com tantos problemas, suportando tantos sofrimentos. Mais surpresas ficaram quando descobriram as conseqüências negativas, que poderiam ter evitado (algumas delas irreversíveis), caso tivessem buscado ajuda apropriada, no momento adequado. As pessoas se mostraram arrependidas por não terem tomado iniciativa antes, tomando consciência do preço que tiveram que pagar por permanecerem em conflitos consigo e com os outros, sobretudo, com os mais próximos e significativos (filhos, pais, cônjuges, etc.). Admitiram o quanto viveram infelizes, derrotadas, amargas, mal-humoradas, quando poderiam ter desfrutado melhor as oportunidades da vida. Pessoas que já poderiam ter alcançado sucesso em sua vida conjugal, familiar, profissional, encontram-se hoje, sem rumo, desorientadas frustradas, sem perspectivas futuras por falta de autoconhecimento e auto-estima. Quantas delas insistem em resolver os problemas por si próprias, sem obterem resultados desejados, se acomodando a eles por medo, orgulho, preconceito, teimosia, ou mesmo, por ignorarem os recursos psicológicos disponíveis. Ainda, assim, muitas resistem recorrerem a esta alternativa, mesmo sabendo ser esta, o recurso efetivo para instrumentá-las a lidarem adequadamente com seus conflitos.

Auto-estima: sucessos e fracassos

A auto-estima é um sentimento essencial à sobrevivência psicológica, no entanto, as exigências do mundo moderno parecem estar tornando tal conquista uma tarefa penosa e difícil de ser atingida. Haja vista suas implicações freqüentemente detectadas nas queixas dos clientes tanto jovens, como adultos e idosos que procuram ajuda psicológica, entre elas: a timidez, a insegurança, a depressão, a dependência afetiva, o ciúme excessivo, etc.
A crise de valores parece ser outra conseqüência desta presença constante, um dos sintomas emocionais freqüentes. Muitos sentimentos de inferioridade podem ser influenciados por valores distorcidos pela mídia, por publicidades apelativas, por apelos ao consumismo, pelo culto ao corpo, por ideologias consumistas.
O mundo moderno supervaloriza o novo, o belo, o perfeito, o forte, os mais jovens, a performance sexual, as proezas atléticas, o poder, as posses materiais, mas não valoriza da mesma forma, o amor, a simpatia, o caráter, a amizade, a alegria, a paz, a fé, a tolerância, a fidelidade, a compreensão, as tradições, a disciplina, os valores morais. Quando falamos de auto-estima estamos referindo-nos ao grau de aceitação de nós mesmos, do grau de estima que adotamos frente ao conceito que fazemos de nós. Nossos sentimentos afetam nossa auto-estima de maneira positiva ou negativa. O sentimento de auto-estima é a percepção valorativa de nosso ser, da importância que temos para as pessoas que nos rodeiam, e desta, depende toda nossa realização pessoal e profissional. É a partir dela que tomamos decisões, fazemos escolhas e nos relacionamos e interagimos com o meio familiar, profissional e social.
Da auto-estima depende nossos sucessos e fracassos, uma vez que vinculada a um conceito positivo de nós mesmos, pode potencializar nossas capacidades e talentos, desenvolver habilidades, aumentar nosso grau de segurança pessoal e nos levar a postura otimista frente a novas conquistas. Isto implica no sentimento de estarmos de bem com a vida, de sermos aceitos e amados pelo que somos. Por outro lado, também é certo que auto-estima em excesso pode se constituir num transtorno para o relacionamento quando a pessoa se torna convencida, arrogante, egoísta, podendo, muitas vezes, ser confundida com a personalidade narcísica.
Estudos recentes, realizados por pesquisadores da Califórnia, afirmam que auto-estima muito elevada pode levar à frustração e até mesmo à delinqüência. Segundo os pesquisadores, a pessoa que não sabe dosar sua auto-estima traz danos a si própria e à sociedade, pois esta atitude pode extrapolar os níveis saudáveis da competitividade e exacerbar a agressividade e a intolerância. O ideal é a ponderação entre os extremos.
A auto-estima negativa faz com que a pessoa não confie em si própria, nem em suas possibilidades, se desvalorizando e se sentindo inferior às outras pessoas. A pessoa com baixa auto-estima está sempre com a sensação de desvantagem, incapacidade, sentimento de que nunca chegará a ter o mesmo rendimento que os outros e acaba se convencendo disso. A autocrítica dura e excessiva, imposta pela baixa auto-estima, imprime estados de insatisfação da pessoa consigo própria, indecisão crônica, medo exagerado do insucesso, e de equivocar-se, ser criticado, humilhado, rejeitado, etc. Esta condição faz com que o indivíduo se retraia e desista de seus intentos.
O autoconceito e a auto-estima, em dose adequada, favorecem o sentido de identidade, constitui marco de referência, já que interpretar a realidade externa e às próprias experiências, influem no rendimento, condiciona as expectativas e a motivação, contribuindo de forma efetiva para o controle emocional e conseqüentemente para o equilíbrio psíquico.
O autoconhecimento é o caminho para auto-realização e o processo que leva à auto-estima. À medida que a pessoa identifica e aceita suas qualidades e defeitos, estará aberta para o conhecimento e reconhecimento de seus sentimentos, desejos e vontades, estará dando um grande passo para o autoconhecimento. Em geral, experiências positivas, e bons relacionamentos ajudam a aumentar a auto-estima, enquanto experiências e relações problemáticas a diminuem.
Seja uma pessoa bem sucedida cuidando de sua saúde emocional.




Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
Psicóloga/Psicoterapeuta