visitantes


19 de dez. de 2012

SÓ VOCÊ É CAPAZ DE LIMITAR SEU CRESCIMENTO


SÓ VOCÊ É CAPAZ DE LIMITAR SEU CRESCIMENTO



    A observação sistemática do comportamento dos indivíduos tem mostrado que conhecemos muito pouco a respeito do nosso próprio comportamento. Pelo fato de termos acesso privativo aos próprios pensamentos e sentimentos, acreditamos possuir conhecimentos profundos dos porquês nos comportamos de determinadas maneiras. Contudo, esse tipo de conclusão não tem recebido suporte científico. Freud foi um dos primeiros pensadores a apontar o quanto da motivação humana permanece obscura à própria pessoa e sugeriu que tornar consciente essas motivações seria um passo importante para o estabelecimento de uma vida saudável.
    O autoconhecimento é adquirido, aprimorado e influenciado de acordo com a observação, percepção e interpretação que o indivíduo faz dos eventos de sua de vida, de sua cosmovisão (a visão que ele tem do conexto em que vive, do mundo e das pessoas). O problema é que nem sempre as pessoas conseguem fazer essa auto-observação e isso pode gerar sofrimento por desconhecimento das razões de seu agir, pensar e sentir, e conseqüente sensação de vazio, raiva e frustração.
    A psicoterapia é um processo de autoconhecimento que promove um maior desenvolvimento da percepção que o indivíduo tem dele mesmo, de seus comportamentos, pensamentos e sentimentos. O desejo de conhecer mais sobre nós mesmos geralmente nos remete a experiências da infância, vividas com nossos familiares mais próximos. Muitas lembranças são prazerosas, algumas podem vir acompanhadas de dor e angústia. Portanto, este é um processo temido por muitos, e várias são as manobras que utilizamos para evitar contato com nosso mundo interior. No entanto, reflexão e autoconhecimento são armas poderosas para resolver conflitos emocionais.
    A maior vantagem do autoconhecimento é que ele permite que o indivíduo encontre as reais causas das suas dificuldades possibilitando-lhe tomar atitudes para transformá-las. Por ser um processo temido, várias são as manobras conscientes e inconscientes, utilizadas pelo ser humano para evitar o contato com seu mundo interior. Os caminhos de alienação de si próprio são os mais diversos. Alguns evitam encarar sua realidade trabalhando o tempo todo, outros adoecem, outros comem ou gastam compulsivamente. Tudo isso para não ter tempo de olhar para si mesmo. Pessoas que não refletem sobre sua própria vida, distanciam-se cada vez mais de seus reais sentimentos, agem automática e impulsivamente, caminhando sem saber para onde. Muitos preferem levar a vida sem muitos questionamentos, pois analisar as próprias atitudes e comportamentos demanda coragem, sobretudo, quando se constata a necessidade de mudança, é como mexer num vespeiro. Dessa forma, evitam entrar em contato com seus sentimentos mais profundos, até como forma de defesa, temendo machucar-se.O perigo é a pessoa colocar toda culpa de seus insucessos, frustrações e dificuldades fora delas, nos outros, nas situações e contingências da vida e se acomodarem, parar de lutar, de crescer, de progredir.Passam a esperar e exiger que os outros mudem.
    Só existe uma pessoa capaz de limitar seu crescimento: VOCÊ MESMA! Você é a única pessoa que pode fazer a revolução de sua vida. Sua vida não muda quando seu chefe muda, sua empresa muda, seus pais mudam, sua namorada muda. Sua vida muda quando você muda. Quando você toma as rédias de seu próprio destino. O que muda é a maneira de você encarar a vida.
   O autoconhecimento nada mais é do que o antigo axioma ensinado por Sócrates: "Conhece-te a ti mesmo". Significa ter consciência de si mesmo, percepção dos próprios sentimentos, conhecer o sentido da própria vida, fazer uma avaliação realista das próprias capacidades e limitações de modo a desenvolver o auto-encontro gerador da auto-estima e autoconfiança. Inteligência emocional é justamente esta capacidade de percepção dos próprios sentimentos a partir da qual, aprendemos a lidar com eles, dominando-os quando negativos, desenvolvendo-los quando positivos, de modo a se conquistar o equilíbrio emocional. Esse equilíbrio nos permite a motivação para uma vida mais harmonizada.
    Pensadores, filósofos e pesquisadores têm debatido sobre a importância de o indivíduo conhecer a respeito do seu próprio comportamento, ou seja, como alcançar o autoconhecimento e o quanto este é relevante para a garantia de sua saúde mental. A Psicologia é uma área do conhecimento que busca encontrar a resposta para essas questões por meio de método científico. Por este motivo, quando se deseja alcançar um grau mais profundo de autoconhecimento, recomenda-se a psicoterapia. Este processo é um recurso relevante para a produção das mudanças desejáveis, um caminho para compreensão dos motivos conscientes e inconscientes que nos leva a agir desta ou daquela maneira.
                             Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
                                         Psicóloga Clínica

Nenhum comentário:

Arquivo do blog

Psicoterapia e seus benefícios



Os últimos avanços na área da Psicologia e Psicoterapia têm permitido alcançar resultados cada vez melhores e mais significativos. Apesar de ser considerado um tratamento oneroso, a psicoterapia tem se mostrado, na realidade, um procedimento econômico. Pesquisas indicam que a aplicação efetiva da psicoterapia diminui os índices de transtornos mentais, internações hospitalares, idas aos prontos socorros, a auto-medicação e seus malefícios, e consumo indevido de psicotrópicos, outros medicamentos, etc.
Além dos benefícios que traz para a saúde psicológica da pessoa, a psicoterapia melhora a qualidade de vida, favorece a aquisição de autonomia, aumento de auto-estima, dando uma nova orientação em relação à vida das pessoas. A psicoterapia tem se mostrado um tratamento economicamente compensador, por prevenir e tratar problemas psicológicos que, quando não tratados adequadamente, trazem enormes prejuízos pessoais, conjugais, sociais e profissionais, com repercussão na situação econômica e afetiva das pessoas (perdas financeiras, compulsões, divórcios, separação, perda de emprego ou de oportunidade de ascensão no trabalho, etc.).
Em nossa atividade profissional, temos observado que a maioria das pessoas que tem comparecido à clínica, em busca de ajuda psicológica, o faz por vontade própria, outros vêm por insistência ou pressão da família. Os que comparecem por esta última via, geralmente, apresentam maior dificuldade em aderirem ao tratamento, neste caso demoram um pouco mais a se engajarem no processo. É importante dizer que a psicoterapia só funciona a partir do momento em que o cliente desejar ser ajudado e aceitar o tratamento, ou seja, sem engajamento não há terapia. A experiência tem mostrado que as pessoas que procuram ajuda espontaneamente respondem melhor ao tratamento e têm melhor aproveitamento que aquelas que se submeteram às decisões de terceiros. Os que tomaram iniciativa própria, geralmente se deram conta de que algo diferente estava acontecendo com elas, sentiram necessidade de buscarem ajuda e obtiveram grande alívio ao poderem expressar seus sentimentos de forma adequada. Alguns destes sentimentos foram manifestos através da verbalização de insatisfação como forma da pessoa reagir a certos acontecimentos, frustrações com sua situação familiar, dificuldades nos relacionamentos interpessoais, falta de iniciativa ou disposição para realizar atividades cotidianas, posturas habitualmente pessimistas, oscilação de humor, medos irracionais, pânico, timidez, ansiedade, depressão, ciúme, desânimo, entre outros. Ainda, como motivos desta procura foram indicados: a percepção de que o padrão de comportamento utilizado por essas pessoas não lhes proporcionava vida estável e equilibrada, que o jeito habitual de ser, lhes causava problemas e prejuízos consideráveis na vida pessoal, social e profissional, sendo, muitas vezes, impeditivos para o estabelecimento de relacionamentos satisfatórios.
Temos presenciado pessoas que procuram ajuda psicológica por, de repente, se deram conta de que os problemas foram se acumulando ao longo da vida e soluções foram sendo postergadas às expensas do estresse causado, culminando em agravamento de conflitos pessoais, conjugais e profissionais. Algumas pessoas ficaram surpresas em terem permitido que seu estado emocional pudesse chegar a tal nível. Tais pessoas se questionaram como puderam negligenciar sua saúde mental e conviverem com tantos problemas, suportando tantos sofrimentos. Mais surpresas ficaram quando descobriram as conseqüências negativas, que poderiam ter evitado (algumas delas irreversíveis), caso tivessem buscado ajuda apropriada, no momento adequado. As pessoas se mostraram arrependidas por não terem tomado iniciativa antes, tomando consciência do preço que tiveram que pagar por permanecerem em conflitos consigo e com os outros, sobretudo, com os mais próximos e significativos (filhos, pais, cônjuges, etc.). Admitiram o quanto viveram infelizes, derrotadas, amargas, mal-humoradas, quando poderiam ter desfrutado melhor as oportunidades da vida. Pessoas que já poderiam ter alcançado sucesso em sua vida conjugal, familiar, profissional, encontram-se hoje, sem rumo, desorientadas frustradas, sem perspectivas futuras por falta de autoconhecimento e auto-estima. Quantas delas insistem em resolver os problemas por si próprias, sem obterem resultados desejados, se acomodando a eles por medo, orgulho, preconceito, teimosia, ou mesmo, por ignorarem os recursos psicológicos disponíveis. Ainda, assim, muitas resistem recorrerem a esta alternativa, mesmo sabendo ser esta, o recurso efetivo para instrumentá-las a lidarem adequadamente com seus conflitos.

Auto-estima: sucessos e fracassos

A auto-estima é um sentimento essencial à sobrevivência psicológica, no entanto, as exigências do mundo moderno parecem estar tornando tal conquista uma tarefa penosa e difícil de ser atingida. Haja vista suas implicações freqüentemente detectadas nas queixas dos clientes tanto jovens, como adultos e idosos que procuram ajuda psicológica, entre elas: a timidez, a insegurança, a depressão, a dependência afetiva, o ciúme excessivo, etc.
A crise de valores parece ser outra conseqüência desta presença constante, um dos sintomas emocionais freqüentes. Muitos sentimentos de inferioridade podem ser influenciados por valores distorcidos pela mídia, por publicidades apelativas, por apelos ao consumismo, pelo culto ao corpo, por ideologias consumistas.
O mundo moderno supervaloriza o novo, o belo, o perfeito, o forte, os mais jovens, a performance sexual, as proezas atléticas, o poder, as posses materiais, mas não valoriza da mesma forma, o amor, a simpatia, o caráter, a amizade, a alegria, a paz, a fé, a tolerância, a fidelidade, a compreensão, as tradições, a disciplina, os valores morais. Quando falamos de auto-estima estamos referindo-nos ao grau de aceitação de nós mesmos, do grau de estima que adotamos frente ao conceito que fazemos de nós. Nossos sentimentos afetam nossa auto-estima de maneira positiva ou negativa. O sentimento de auto-estima é a percepção valorativa de nosso ser, da importância que temos para as pessoas que nos rodeiam, e desta, depende toda nossa realização pessoal e profissional. É a partir dela que tomamos decisões, fazemos escolhas e nos relacionamos e interagimos com o meio familiar, profissional e social.
Da auto-estima depende nossos sucessos e fracassos, uma vez que vinculada a um conceito positivo de nós mesmos, pode potencializar nossas capacidades e talentos, desenvolver habilidades, aumentar nosso grau de segurança pessoal e nos levar a postura otimista frente a novas conquistas. Isto implica no sentimento de estarmos de bem com a vida, de sermos aceitos e amados pelo que somos. Por outro lado, também é certo que auto-estima em excesso pode se constituir num transtorno para o relacionamento quando a pessoa se torna convencida, arrogante, egoísta, podendo, muitas vezes, ser confundida com a personalidade narcísica.
Estudos recentes, realizados por pesquisadores da Califórnia, afirmam que auto-estima muito elevada pode levar à frustração e até mesmo à delinqüência. Segundo os pesquisadores, a pessoa que não sabe dosar sua auto-estima traz danos a si própria e à sociedade, pois esta atitude pode extrapolar os níveis saudáveis da competitividade e exacerbar a agressividade e a intolerância. O ideal é a ponderação entre os extremos.
A auto-estima negativa faz com que a pessoa não confie em si própria, nem em suas possibilidades, se desvalorizando e se sentindo inferior às outras pessoas. A pessoa com baixa auto-estima está sempre com a sensação de desvantagem, incapacidade, sentimento de que nunca chegará a ter o mesmo rendimento que os outros e acaba se convencendo disso. A autocrítica dura e excessiva, imposta pela baixa auto-estima, imprime estados de insatisfação da pessoa consigo própria, indecisão crônica, medo exagerado do insucesso, e de equivocar-se, ser criticado, humilhado, rejeitado, etc. Esta condição faz com que o indivíduo se retraia e desista de seus intentos.
O autoconceito e a auto-estima, em dose adequada, favorecem o sentido de identidade, constitui marco de referência, já que interpretar a realidade externa e às próprias experiências, influem no rendimento, condiciona as expectativas e a motivação, contribuindo de forma efetiva para o controle emocional e conseqüentemente para o equilíbrio psíquico.
O autoconhecimento é o caminho para auto-realização e o processo que leva à auto-estima. À medida que a pessoa identifica e aceita suas qualidades e defeitos, estará aberta para o conhecimento e reconhecimento de seus sentimentos, desejos e vontades, estará dando um grande passo para o autoconhecimento. Em geral, experiências positivas, e bons relacionamentos ajudam a aumentar a auto-estima, enquanto experiências e relações problemáticas a diminuem.
Seja uma pessoa bem sucedida cuidando de sua saúde emocional.




Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
Psicóloga/Psicoterapeuta