Pessimismo
Temos observados em nossa prática clínica que na maioria dos transtornos apresentados por nossos pacientes estão presentes os sentimento de pessimismo e negatividade, portanto, a presença de um problema cognitivo, manifesto por pensamentos disfuncionais.
Esses pacientes sempre colocam dificuldades para mudança, há sempre a justificativa de empecilhos no meio do caminho. Não são capazes de vislumbrar um futuro bom. Apresentam um medo exacerbado de investir ou de correr riscos. Não saber o que vai acontecer os torna inseguros, medrosos, apreensivos, ansiosos ou depressivos. Não conseguem conviver com imprevistos. Encaram tudo pelo lado negativo e são incapaz de enxergar algo de bom nas situações. Manifestam crenças limitantes, como a baixa auto-estima e o julgamento de que são incapazes de fazer algo diferente e positivo, procurando encontra inúmeras desculpas, para justificarem suas visões negativas.
As teorias cognitivas afirmam que pensamentos e crenças ocupam um papel fundamental nas emoções e comportamentos do ser humano. De acordo com essa visão, os cognitivistas percebem os pensamentos, crenças, julgamentos e atitudes como fatores psicológicos relevantes. O modelo cognitivo mostra que as pessoas que apresentam vulnerabilidade relacionada à interpretação, suposição, visão de si e do mundo de forma distorcida e negativa, apresentam como conseqüência perturbações emocionais.
Em termos de atitudes os pessimistas têm tendências a ver as situações em apenas duas categorias, tudo ou nada, (o que chamamos de 8 ou 80). Pessoas que pensam desta forma têm muita dificuldade em encontrar a solução no meio termo. Exemplo: “Não fiz aquela venda, logo sou um péssimo vendedor“ (se eu não for um sucesso total, então eu sou um fracasso). Ele procura uma razão para provar o pensa de si mesmo.
Como pessimista mostra-se logo seu modo de catastrofizar as situações, passa “prevê o futuro” de forma negativa, sem considerar outras alternativas possíveis para os eventos. Exemplo: “Eu ficarei tão aborrecido que não serei capaz de agir direito.” (Como sabe? Por acaso você tem bola de cristal?). Passa fazer generalizações do tipo: Não fui bem em uma prova, então: “Nunca vou me sais bem em prova alguma.
Fica ruminando pensamentos negativos, para se convencer de que realmente está correto em sua percepção catastrófica: “Eu não vou conseguir, eu não vou conseguir, eu não vou conseguir.” Este tipo de pensamento pode também assumir forma de imagem mental. Exemplo: fica se imaginando numa situação onde tudo dará errado. A pessoa acometida por estes pensamentos tem dificuldades em sentir prazer nas atividades que realiza, além de não apresentar iniciativa ou entusiasmo para novas possibilidades em sua vida. No entanto, o pessimista considera sua postura inerente ao seu jeito de ser e não algo que mereça ser trabalhado. O pessimista tem problemas em aceitar críticas, se ofende com facilidade, pois, interpreta mal a opinião das pessoas. Por tal entendimento geralmente se tornam, implicantes, mal humorados, hostis.
O pessimista se sente rejeitado e não sem motivos, afinal, as pessoas evitam conviver com alguém que desmotiva, que não manifesta disposição, esperança, otimismo, alegria, para quem o futuro é negativo e para o qual dificilmente os projeto darão certo. Além de prejudicar seus relacionamentos, a pessoa pessimista afeta diretamente sua vida afetiva, conjugal, familiar, social e profissional. São pessoas distímicas, mal humoradas, muitas vezes, intransigentes, do tipo “desmancha prazeres”. Tenho observado que este tipo de paciente trás como queixas problemas de relacionamentos, com conseqüências irreversíveis como divórcios, insucessos afetivos e profissionais.
É fácil observar que quanto mais pessimista o paciente, mais resistente ele é ao tratamento, pois se sente ameaçado em ter que mudar ou sair da zona de conforto em que se encontra.
A Terapia Cognitivo-Comportamental visa à reeducação de pensamentos e de crenças distorcidos ou disfuncionais.
No momento em que o paciente se dá conta de que ele tem a possibilidade de mudar suas cognições (interpretações) sobre os eventos, esta percepção dá início a um processo terapêutico de mudanças internas que irão refletir nos fatos externos. O indivíduo sai da posição de vítima e sente-se mais forte logo no início da terapia, porque ele percebe que, mesmo tendo reais dificuldades, pode começar a agir sobre elas, utilizando ferramentas poderosas e eficientes.
Profa Dra. Edna Paciência Vietta
Psicóloga Clínica
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