Virtudes, Saúde e Sucesso.
Sossego, tolerância, paciência, calma e confiança
são virtudes sempre em falta naqueles que apresentam problemas e que procuram
ajuda psicológica. Dificilmente um paciente que procura ajuda emocional não
reclama da falta que estas virtudes lhe causam no relacionamento familiar,
profissional e social. “As queixas constantes são manifestadas por frases do
tipo: “Não consigo tolerar meu marido”. “Não suporto trabalhar com o meu chefe”,
“não tenho paciência com meu filho”; “Vivo estressado”, “Não tenho paciência
com minha sogra”. “Estou prestes a perder meu emprego por falta de controle”.
Embora se coloquem como a causa e admitam a falta
dessas virtudes, acreditam que o problema está sempre no outro, no marido, no
filho, no chefe, na sogra, no vizinho, enfim, fora dela, nas coisas, pessoas ou
situações. É lógico que o problema pode estar também na forma de reagir e se
comportar do outro, mas é preciso refletir o que em nós produz a reação no
outro. Na verdade, nossa paz interior depende primeiramente do conhecimento que
temos dos nossos próprios valores, crenças, sentimentos e emoções, ou seja, da
relação do sujeito com ele mesmo.
Tolerância, serenidade, mansidão, paciência são
virtudes que nos levam ao entendimento. Agir com calma é agir com sabedoria.
Basta avaliar com inteligência quando uma situação pede intervenção imediata e
firmeza ou, quando uma situação pode ser resolvida de maneira mais serena e
tranqüila. Isto não quer dizer que devemos estar sempre em posição estável ou indiferente
diante de circunstâncias desfavoráveis ou adversas, que o melhor é
permanecermos na zona de conforto, que devemos nos conformar com tudo, que
nunca poderemos alterar nosso humor.
A conseqüência da falta de calma é uma mente
agitada, ansiosa, inquieta. É lógico que, às vezes, temos que agir rápido para
darmos conta de responsabilidades ou até mesmo para salvar vidas, mas agir com
rapidez não é o mesmo que agir com pressa. A rapidez é ágil, a pressa é
afobação, precipitação.
Se você leu a Bíblia, provavelmente vai se lembrar
de um trecho de Isaías que diz “... na quietude e confiança reside vossa
força...”.
É na quietude e na calma interior que conhecemos as
grandes verdades da vida.
O homem pós-moderno tem sido estimulado
emocionalmente mais do que qualquer outro da história humana, e em conseqüência
disso, sua mente anda muito agitada e inquieta. O homem tem perdido a
calma por muito pouco. Por motivos banais tem se tornado violento.
“A excitação constante do sistema nervoso tem
produzido pessoas extremamente “apressadas”, “inquietas”, “intolerantes”,
impacientes” e “ansiosas”.
Até por uma questão biológica,
podemos afirmar que a ansiedade sempre esteve presente na humanidade desde as cavernas
até a nave espacial. A novidade é que só nos demos conta da quantidade, tipos e
efeitos dessa ansiedade sobre o organismo e sobre o psiquismo humano, com as
concepções da prática clínica, da medicina psicossomática e da psiquiatria.
A grande verdade é que o
equilíbrio emocional é extremamente importante para tomarmos decisões acertadas
na nossa vida. O nosso equilíbrio emocional dependente do conhecimento que
temos dos nossos estados internos e da influência que estes têm sobre os nossos
pensamentos, comportamentos e atitudes.
“Estudos
desenvolvidos nas universidades de Harvard, de Stanford e na Fundação Carnegie
revelam que 15% das razões pelas quais alguém conquista um emprego, mantêm-se
nele ou consegue uma promoção é determinado pela sua qualificação técnica. Nos
demais 85% dependem diretamente do equilíbrio emocional – da habilidade para
comunicar-se e relacionar-se com os outros, de manter-se calmo, ter tolerância,
segurança, etc.” Especialmente nas empresas em que o ambiente se caracteriza
por pressão e resultados, competitividade, convivência com diversidade e
segurança, torna-se imprescindível saber administrar emoções.
Manter um controle emocional
equilibrado, sem perder a calma, ao longo do tempo, consiste basicamente em
saber lidar com nossas emoções, enfrentar com tolerância os erros alheios e
superar fatos imprevistos e/ou indesejáveis. É suportar as dificuldades de toda
ordem e não perder a capacidade de confrontá-las e resolvê-las com sabedoria e
tranquilidade. É a capacidade de ser perseverante, saber esperar com paciência
e quietude o momento certo para tomar decisões, de se libertar da ansiedade
buscando o controle, o equilíbrio e a paz interior.
Profa. Dra. Edna
Paciência Vietta
Psicóloga Clínica
Nenhum comentário:
Postar um comentário