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25 de jan. de 2013


                            Adversidade e Resiliência – Psicóloga Ribeirão preto
                                 
                                               
                                                       
                                          
Desde o final do século XIX, no âmbito das ciências humanas a tendência foi dar ênfase aos estados patológicos. Por isso, as investigações se concentraram na descrição exaustiva das doenças, na intenção de descobrir causas ou fatores que pudessem explicar as condições negativas ou não desejadas, tanto na esfera biológica como mental. Apesar dos esforços, muitas questões ficaram sem resposta.  No final do século XX, a ênfase na Psiquiatria e na Psicologia passou a focalizar aspectos positivos da manutenção da saúde mental e sua prevenção.
Vários conceitos teóricos sobre recursos internos e externos para promover e preservar a saúde física e mental surgiram nas décadas de 70 e 80, fundamentados numa variedade de disciplinas: na Psicologia, na Biologia, na Sociologia, na Psiquiatria, na Educação, norteando e direcionando a promoção da saúde, entre eles, o de resiliência. O termo surgiu como uma combinação de fatores que permite ao ser humano enfrentar e superar problemas e adversidade da vida. (Suarez Ojeda, 1993).
Resiliência é um termo que a psicologia, tomou emprestado da Física para explicar a capacidade do ser humano em lidar com problemas e adversidades da vida de modo a superá-los, retomando gradativa e normalmente à sua condição anterior, após o enfrentamento de tais situações.
Metaforicamente podemos dizer que Resiliente é o indivíduo que submetido a traumas, estressores ou situações adversas se recupera psicologicamente e não se torna vítima da situação enfrentada.
Ao mesmo tempo, a aplicação do enfoque de risco amplamente difundido nos programas de saúde mental mostrou a existência de numerosos casos que se desenvolveram de forma normal, apesar das contingências desfavoráveis, eventos e fatores que em outros indivíduos foram causas de desequilíbrios emocionais ou de transtornos psicológicos ou mentais severos. O enfoque direcionou-se, então, para os fatores protetores que preservam a integridade psicológica e mental dessas pessoas.
Até os anos 90, os estudiosos defendiam que a habilidade para administrar conflitos era inata, como um dom. A partir daí, comprovaram que o homem pode, sim, desenvolver a capacidade de se recuperar e de crescer em meio a sucessivos problemas.
Sem dúvida que traços de personalidade são de grande relevância para a aquisição de comportamentos relisientes, mas um ambiente facilitador que gere pessoas confiantes e bem resolvidas é fator importante.
Acredita-se, portanto, que é na infância que se adquire tal condição, porém é possível desenvolvê-la também na vida adulta.
Ao se analisar o termo no âmbito da psicologia inclui-se também a capacidade de as pessoas, pessoalmente ou em grupo, resistirem às pressões sociais sem perder o equilíbrio emocional. Considerando o mundo em processo constante de mudanças, condição que exige constantes adaptações, sem tempo suficiente para se refletir sobre as posições a serem tomadas, diante das novas exigências e cobranças impostas, o tema se torna interessante e oportuno.
Neste contexto, pessoas resilientes estabelecem metas bem definidas – não são dados a grandes devaneios, como: enriquecer rapidamente e sem esforço, ficar famoso do dia para noite… São pessoas flexíveis, sensíveis, que possuem adequadas habilidades sociais, boa capacidade para se comunicar e, nas dificuldades faz uso do humor.
Pessoas resilientes apresentam competência para resolver problemas, pensam de forma crítica, procurando soluções adequadas para suas necessidades, e quando não encontram saídas, não se recusam a buscar ou aceitar ajuda. Possuem forte senso de identidade, grau elevado de autonomia e auto-estima. Demonstram independência e autocontrole. Quando as experiências são muito negativas, mantém-se a certa distância procurando formas alternativas de adaptação. Têm propósito e confiança no futuro: aspirações elevadas, mas, realístas, persistência e determinação. Acreditam que nas dificuldades, também, possam residir oportunidades de crescimento. Nutrem-se das pequenas vitórias, identificando e trabalhando recursos internos de forma saudável.
Pessoas resiliente não se abatem facilmente, não culpam os outros pelos seus fracassos, agem com ética e dispõem de energia para o trabalho.
Como você resolve seus conflitos? Como você administra suas crises? Como encara suas perdas? Você se considera uma pessoa resiliente? Faça você mesmo essa avaliação.
Profa. Dra Edna Paciência Vietta
                                 Psicóloga Clínica
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Psicoterapia e seus benefícios



Os últimos avanços na área da Psicologia e Psicoterapia têm permitido alcançar resultados cada vez melhores e mais significativos. Apesar de ser considerado um tratamento oneroso, a psicoterapia tem se mostrado, na realidade, um procedimento econômico. Pesquisas indicam que a aplicação efetiva da psicoterapia diminui os índices de transtornos mentais, internações hospitalares, idas aos prontos socorros, a auto-medicação e seus malefícios, e consumo indevido de psicotrópicos, outros medicamentos, etc.
Além dos benefícios que traz para a saúde psicológica da pessoa, a psicoterapia melhora a qualidade de vida, favorece a aquisição de autonomia, aumento de auto-estima, dando uma nova orientação em relação à vida das pessoas. A psicoterapia tem se mostrado um tratamento economicamente compensador, por prevenir e tratar problemas psicológicos que, quando não tratados adequadamente, trazem enormes prejuízos pessoais, conjugais, sociais e profissionais, com repercussão na situação econômica e afetiva das pessoas (perdas financeiras, compulsões, divórcios, separação, perda de emprego ou de oportunidade de ascensão no trabalho, etc.).
Em nossa atividade profissional, temos observado que a maioria das pessoas que tem comparecido à clínica, em busca de ajuda psicológica, o faz por vontade própria, outros vêm por insistência ou pressão da família. Os que comparecem por esta última via, geralmente, apresentam maior dificuldade em aderirem ao tratamento, neste caso demoram um pouco mais a se engajarem no processo. É importante dizer que a psicoterapia só funciona a partir do momento em que o cliente desejar ser ajudado e aceitar o tratamento, ou seja, sem engajamento não há terapia. A experiência tem mostrado que as pessoas que procuram ajuda espontaneamente respondem melhor ao tratamento e têm melhor aproveitamento que aquelas que se submeteram às decisões de terceiros. Os que tomaram iniciativa própria, geralmente se deram conta de que algo diferente estava acontecendo com elas, sentiram necessidade de buscarem ajuda e obtiveram grande alívio ao poderem expressar seus sentimentos de forma adequada. Alguns destes sentimentos foram manifestos através da verbalização de insatisfação como forma da pessoa reagir a certos acontecimentos, frustrações com sua situação familiar, dificuldades nos relacionamentos interpessoais, falta de iniciativa ou disposição para realizar atividades cotidianas, posturas habitualmente pessimistas, oscilação de humor, medos irracionais, pânico, timidez, ansiedade, depressão, ciúme, desânimo, entre outros. Ainda, como motivos desta procura foram indicados: a percepção de que o padrão de comportamento utilizado por essas pessoas não lhes proporcionava vida estável e equilibrada, que o jeito habitual de ser, lhes causava problemas e prejuízos consideráveis na vida pessoal, social e profissional, sendo, muitas vezes, impeditivos para o estabelecimento de relacionamentos satisfatórios.
Temos presenciado pessoas que procuram ajuda psicológica por, de repente, se deram conta de que os problemas foram se acumulando ao longo da vida e soluções foram sendo postergadas às expensas do estresse causado, culminando em agravamento de conflitos pessoais, conjugais e profissionais. Algumas pessoas ficaram surpresas em terem permitido que seu estado emocional pudesse chegar a tal nível. Tais pessoas se questionaram como puderam negligenciar sua saúde mental e conviverem com tantos problemas, suportando tantos sofrimentos. Mais surpresas ficaram quando descobriram as conseqüências negativas, que poderiam ter evitado (algumas delas irreversíveis), caso tivessem buscado ajuda apropriada, no momento adequado. As pessoas se mostraram arrependidas por não terem tomado iniciativa antes, tomando consciência do preço que tiveram que pagar por permanecerem em conflitos consigo e com os outros, sobretudo, com os mais próximos e significativos (filhos, pais, cônjuges, etc.). Admitiram o quanto viveram infelizes, derrotadas, amargas, mal-humoradas, quando poderiam ter desfrutado melhor as oportunidades da vida. Pessoas que já poderiam ter alcançado sucesso em sua vida conjugal, familiar, profissional, encontram-se hoje, sem rumo, desorientadas frustradas, sem perspectivas futuras por falta de autoconhecimento e auto-estima. Quantas delas insistem em resolver os problemas por si próprias, sem obterem resultados desejados, se acomodando a eles por medo, orgulho, preconceito, teimosia, ou mesmo, por ignorarem os recursos psicológicos disponíveis. Ainda, assim, muitas resistem recorrerem a esta alternativa, mesmo sabendo ser esta, o recurso efetivo para instrumentá-las a lidarem adequadamente com seus conflitos.

Auto-estima: sucessos e fracassos

A auto-estima é um sentimento essencial à sobrevivência psicológica, no entanto, as exigências do mundo moderno parecem estar tornando tal conquista uma tarefa penosa e difícil de ser atingida. Haja vista suas implicações freqüentemente detectadas nas queixas dos clientes tanto jovens, como adultos e idosos que procuram ajuda psicológica, entre elas: a timidez, a insegurança, a depressão, a dependência afetiva, o ciúme excessivo, etc.
A crise de valores parece ser outra conseqüência desta presença constante, um dos sintomas emocionais freqüentes. Muitos sentimentos de inferioridade podem ser influenciados por valores distorcidos pela mídia, por publicidades apelativas, por apelos ao consumismo, pelo culto ao corpo, por ideologias consumistas.
O mundo moderno supervaloriza o novo, o belo, o perfeito, o forte, os mais jovens, a performance sexual, as proezas atléticas, o poder, as posses materiais, mas não valoriza da mesma forma, o amor, a simpatia, o caráter, a amizade, a alegria, a paz, a fé, a tolerância, a fidelidade, a compreensão, as tradições, a disciplina, os valores morais. Quando falamos de auto-estima estamos referindo-nos ao grau de aceitação de nós mesmos, do grau de estima que adotamos frente ao conceito que fazemos de nós. Nossos sentimentos afetam nossa auto-estima de maneira positiva ou negativa. O sentimento de auto-estima é a percepção valorativa de nosso ser, da importância que temos para as pessoas que nos rodeiam, e desta, depende toda nossa realização pessoal e profissional. É a partir dela que tomamos decisões, fazemos escolhas e nos relacionamos e interagimos com o meio familiar, profissional e social.
Da auto-estima depende nossos sucessos e fracassos, uma vez que vinculada a um conceito positivo de nós mesmos, pode potencializar nossas capacidades e talentos, desenvolver habilidades, aumentar nosso grau de segurança pessoal e nos levar a postura otimista frente a novas conquistas. Isto implica no sentimento de estarmos de bem com a vida, de sermos aceitos e amados pelo que somos. Por outro lado, também é certo que auto-estima em excesso pode se constituir num transtorno para o relacionamento quando a pessoa se torna convencida, arrogante, egoísta, podendo, muitas vezes, ser confundida com a personalidade narcísica.
Estudos recentes, realizados por pesquisadores da Califórnia, afirmam que auto-estima muito elevada pode levar à frustração e até mesmo à delinqüência. Segundo os pesquisadores, a pessoa que não sabe dosar sua auto-estima traz danos a si própria e à sociedade, pois esta atitude pode extrapolar os níveis saudáveis da competitividade e exacerbar a agressividade e a intolerância. O ideal é a ponderação entre os extremos.
A auto-estima negativa faz com que a pessoa não confie em si própria, nem em suas possibilidades, se desvalorizando e se sentindo inferior às outras pessoas. A pessoa com baixa auto-estima está sempre com a sensação de desvantagem, incapacidade, sentimento de que nunca chegará a ter o mesmo rendimento que os outros e acaba se convencendo disso. A autocrítica dura e excessiva, imposta pela baixa auto-estima, imprime estados de insatisfação da pessoa consigo própria, indecisão crônica, medo exagerado do insucesso, e de equivocar-se, ser criticado, humilhado, rejeitado, etc. Esta condição faz com que o indivíduo se retraia e desista de seus intentos.
O autoconceito e a auto-estima, em dose adequada, favorecem o sentido de identidade, constitui marco de referência, já que interpretar a realidade externa e às próprias experiências, influem no rendimento, condiciona as expectativas e a motivação, contribuindo de forma efetiva para o controle emocional e conseqüentemente para o equilíbrio psíquico.
O autoconhecimento é o caminho para auto-realização e o processo que leva à auto-estima. À medida que a pessoa identifica e aceita suas qualidades e defeitos, estará aberta para o conhecimento e reconhecimento de seus sentimentos, desejos e vontades, estará dando um grande passo para o autoconhecimento. Em geral, experiências positivas, e bons relacionamentos ajudam a aumentar a auto-estima, enquanto experiências e relações problemáticas a diminuem.
Seja uma pessoa bem sucedida cuidando de sua saúde emocional.




Profa. Dra. Edna Paciência Vietta
Psicóloga/Psicoterapeuta