Adversidade e Resiliência – Psicóloga
Ribeirão preto
Desde o final do século XIX, no
âmbito das ciências humanas a tendência foi dar ênfase aos estados patológicos.
Por isso, as investigações se concentraram na descrição exaustiva das doenças,
na intenção de descobrir causas ou fatores que pudessem explicar as condições
negativas ou não desejadas, tanto na esfera biológica como mental. Apesar dos
esforços, muitas questões ficaram sem resposta. No final do século XX, a
ênfase na Psiquiatria e na Psicologia passou a focalizar aspectos positivos da
manutenção da saúde mental e sua prevenção.
Vários conceitos teóricos sobre
recursos internos e externos para promover e preservar a saúde física e mental
surgiram nas décadas de 70 e 80, fundamentados numa variedade de disciplinas:
na Psicologia, na Biologia, na Sociologia, na Psiquiatria, na Educação,
norteando e direcionando a promoção da saúde, entre eles, o de resiliência. O
termo surgiu como uma combinação de fatores que permite ao ser humano enfrentar
e superar problemas e adversidade da vida. (Suarez Ojeda, 1993).
Resiliência é um termo que a
psicologia, tomou emprestado da Física para explicar a capacidade do ser humano
em lidar com problemas e adversidades da vida de modo a superá-los, retomando
gradativa e normalmente à sua condição anterior, após o enfrentamento de tais
situações.
Metaforicamente podemos dizer que
Resiliente é o indivíduo que submetido a traumas, estressores ou situações
adversas se recupera psicologicamente e não se torna vítima da situação
enfrentada.
Ao mesmo tempo, a aplicação do
enfoque de risco amplamente difundido nos programas de saúde mental mostrou a
existência de numerosos casos que se desenvolveram de forma normal, apesar das
contingências desfavoráveis, eventos e fatores que em outros indivíduos foram
causas de desequilíbrios emocionais ou de transtornos psicológicos ou mentais
severos. O enfoque direcionou-se, então, para os fatores protetores que
preservam a integridade psicológica e mental dessas pessoas.
Até os anos 90, os estudiosos
defendiam que a habilidade para administrar conflitos era inata, como um dom. A
partir daí, comprovaram que o homem pode, sim, desenvolver a capacidade de se
recuperar e de crescer em meio a sucessivos problemas.
Sem dúvida que traços de
personalidade são de grande relevância para a aquisição de comportamentos
relisientes, mas um ambiente facilitador que gere pessoas confiantes e bem
resolvidas é fator importante.
Acredita-se, portanto, que é na
infância que se adquire tal condição, porém é possível desenvolvê-la também na
vida adulta.
Ao se analisar o termo no âmbito da
psicologia inclui-se também a capacidade de as pessoas, pessoalmente ou em
grupo, resistirem às pressões sociais sem perder o equilíbrio emocional.
Considerando o mundo em processo constante de mudanças, condição que exige
constantes adaptações, sem tempo suficiente para se refletir sobre as posições
a serem tomadas, diante das novas exigências e cobranças impostas, o tema se
torna interessante e oportuno.
Neste contexto, pessoas resilientes
estabelecem metas bem definidas – não são dados a grandes devaneios, como:
enriquecer rapidamente e sem esforço, ficar famoso do dia para noite… São
pessoas flexíveis, sensíveis, que possuem adequadas habilidades sociais, boa capacidade
para se comunicar e, nas dificuldades faz uso do humor.
Pessoas resilientes apresentam
competência para resolver problemas, pensam de forma crítica, procurando
soluções adequadas para suas necessidades, e quando não encontram saídas, não
se recusam a buscar ou aceitar ajuda. Possuem forte senso de identidade, grau
elevado de autonomia e auto-estima. Demonstram independência e autocontrole.
Quando as experiências são muito negativas, mantém-se a certa distância
procurando formas alternativas de adaptação. Têm propósito e confiança no
futuro: aspirações elevadas, mas, realístas, persistência e determinação.
Acreditam que nas dificuldades, também, possam residir oportunidades de
crescimento. Nutrem-se das pequenas vitórias, identificando e trabalhando recursos
internos de forma saudável.
Pessoas resiliente não se abatem
facilmente, não culpam os outros pelos seus fracassos, agem com ética e dispõem
de energia para o trabalho.
Como você resolve seus conflitos?
Como você administra suas crises? Como encara suas perdas? Você se considera
uma pessoa resiliente? Faça você mesmo essa avaliação.
Profa. Dra Edna Paciência Vietta
Psicóloga
Clínica
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